Morre aos 76 anos o artista contemporâneo francês Christian Boltanski
Autodidata, o artista plástico e fotógrafo, marcado pelo Holocausto na infância, trabalhou a vida toda com a ausência, o desaparecimento e a preocupação universal sobre a morte
publicidade
Christian Boltanski, um dos principais artistas franceses contemporâneos, morreu aos 76 anos, informou nesta quarta-feira (14) Bernard Blistène, ex-diretor do centro Pompidou de Paris, que dedicou uma exposição a ele em 2020.
"Ele morreu esta manhã no hospital Cochin (em Paris), onde estava há alguns dias. Estava doente. Era um homem discreto, ocultou as coisas o tempo que pôde", declarou à AFP Blistène, confirmando uma informação do jornal francês Le Monde.
Autodidata, o artista plástico e fotógrafo, marcado pelo Holocausto na infância, trabalhou a vida toda com a ausência, o desaparecimento e a preocupação universal sobre a morte.
Durante muito tempo foi companheiro de Annette Messager, outra artista plástica renomada.
Boltanski se considerava um artesão da memória que lutou "contra o esquecimento e o desaparecimento" por meio de obras que misturavam objetos variados, vídeos, fotografias e instalações.
Filho de um médico judeu de origem ucraniana e de uma francesa católica natural de Córsega, Christian-Liberté Boltanski nasceu em 6 de setembro de 1944. Durante a ocupação nazista, sua mãe doente com poliomelite escondeu seu pai. Ele simularam um divórcio e uma suposta partida do pai de Paris.
Entre seus grandes projetos, destaca-se aquele no qual reuniu em uma ilha japonesa as batidas de 75.000 corações e outro no qual tentou falar com as baleias da Patagônia.
Em 2020, o Centro Pompidou o consagrou uma exposição concebida como uma gigantesca obra única.
pgr/may/cal/mar/mb/aa