Morre o ator Zeca Kiechaloski, aos 66 anos

Morre o ator Zeca Kiechaloski, aos 66 anos

O artista faleceu em decorrência de uma parada cardíaca e respiratória

Carol Steques e Vera Pinto

A cerimônia de despedida de Zeca Kiechaloski será realizada amanhã, dia 15, das 8h às 11h30 no crematório Angelus, em Porto Alegre

publicidade

O ator de cinema, teatro e televisão, autor, biógrafo, jornalista, advogado e funcionário público Zeca Kiechaloski faleceu aos 66 anos, perto do meio dia deste sábado, 14, devido a uma parada cardíaca e respiratória. A cerimônia de despedida será realizada das 8h às 11h30min, neste domingo, no crematório Angelus, na Capital Gaúcha.

Nascido em Porto Alegre, Zeca espalhou sua arte desde as telas de cinema até a literatura, sendo autor de biografia da cantora “Elis Regina”, de um pequeno volume de cem páginas da coleção "Esses Gaúchos", lançada pela Editora Tchê/RBS em 1984, e do livro "Ao Mestre com Carinho" sobre o diretor de teatro Luiz Paulo Vasconcellos. No cinema, atuou nos filmes "Verdes Anos", de Carlos Gerbase e Giba Assis Brasil, com estreia em 1984; "Aqueles Dois", de Sérgio Amon, lançado em 1985; "Sonho Sem Fim", também em 1985, dirigido por Lauro Escorel; "O Mentiroso", que teve sua estreia em 1988, com direção de Werner Schünemann; e "A Cabeça de Gumercindo Saraiva", de 2018, dirigido por Tabajara Ruas.

Já no teatro, o ator participou de peça “O Evangelho Segundo Zebedeu”, de Luciano Alabarse (1978), “Os Dragões do 31º Dia”, de Luciano Alabarse (1978), “A Lata de Lixo da História”, de Luciano Alabarse (1979), “Esta é a Sua Vida”, de Luciano Alabarse (1981), “No Natal a Gente Vem Te Buscar”, Irene Brietzke (1983), “O Mistério das Baipotas”, de Angel Palomero (1984), “O Casamento do Pequeno Burguês”, de Irene Brietzke (1984), “A Aurora da Minha Vida”, de Irene Brietzke (1985), “Essência de Macaco”, de Luciano Alabarse (1989), “Onde Estão os Meus Óculos”, de Miriam Amaral (1990), “Crime Woiyzeck” de Luciano Alabarse (2015), “Sombras do Coração” de Camilo de Lélis (2017), entre muitas outras peças. Em abril deste ano, participou do "Ciclo de Leituras Online Vera Karam", que homenageou a dramaturga, uma das primeiras ações da Secretaria Municipal da Cultura durante o período de pandemia em função do novo coronavírus.

Para o coordenador de Artes Cênicas da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), Fernando Zugno, “Zeca era dono de um humor ácido, doído, inteligente e extremamente peculiar”. O gestor lembra que no ciclo de leituras de Vera Karam, em abril último, ele escreveu um texto lindo. E na edição especial do Sarau Elétrico feita para o evento, o professor Luís Augusto Fischer relacionou seu humor com o de Caio Fernando Abreu e Vera Karam – de quem era amigo, além de Elis Regina – “e comentou que devíamos fazer um estudo sobre o humor dos escritores gaúchos”.

A atriz Ida Celina teve um último contato com o amigo na noite de ontem (13 novembro), quando marcou um encontro em um bar aberto com o grupo dos Cotovelos, que foi se formando a partir de trabalhos teatrais e que ultimamente agregava nomes como Mauro Soares, Ivan Mattos, Lauro Ramalho, Alexandre Silva e Malu Rocha. Sem se verem desde fevereiro, alguns adoeceram na pandemia de outras causas. Com 75 anos e no grupo de risco, “tenho procurado frestas de arejo sem me expor e outras brechas que nos tragam alegria e esperança de que vamos fazer algo”, declara, acrescentando que Zeca estava desgostoso com a situação causada pelo Coronavírus, do trabalho remoto e suas implicações. Conheci Zeca em 1983, quando fizemos “No Natal a Gente Vem te Buscar” e tínhamos uma amizade que mesmo não sendo cotidiana era íntima. Ele era muito inteligente, generoso e humorado, escrevia muito bem e tinha uma memória, conhecimento e cultura enormes”, afirma.


Mais Lidas

Guia de Programação: a grade dos canais da TV aberta desta sexta-feira, dia 29 de março de 2024

As informações são repassadas pelas emissoras de televisão e podem sofrer alteração sem aviso prévio

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895