Morre o crítico de cinema Rubens Ewald Filho

Morre o crítico de cinema Rubens Ewald Filho

Jornalista, de 74 anos, estava internado desde o final de maio em São Paulo

Correio do Povo e AE

Rubens Ewald Filho foi curador do Festival de Cinema de Gramado desde 2012

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Aos 74 anos, o jornalista e crítico de cinema Rubens Ewald Filho morreu, na tarde desta quarta-feira, em São Paulo. A morte foi confirmada pela assessoria de imprensa do Hospital Samaritano, onde ele estava internado desde 25 de maio, após passar mal durante um passeio em um shopping na capital paulista quando desmaiou e bateu a cabeça na queda. 

Na época, o Hospital Samaritano informou que o jornalista estava internado em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva para tratamento cardiológico e das fraturas decorrentes da queda. 

Nascido em Santos, Rubens Ewald Filho ficou famoso pelo seu trabalho como crítico de cinema e comentários na televisão sobre as premiações de Hollywood, especialmente o Oscar, onde se dedicava desde 1985. Ele também trabalhou como roteirista em novelas como "Éramos Seis", "Iaiá Garcia", "Drácula, Uma História de Amor", "Gina" e "Elas São do Baralho". 

• Rubens Ewald Filho: “Cada filme merece uma avaliação e não tenho preconceito com nenhum gênero”

Rubens também foi curador do Festival de Cinema de Gramado desde 2012 ao lado de Marcos Santuário e Ewa Piwowarski. A diretora argentina faleceu no início deste ano. 

"Senhor Oscar" 

Entre os críticos, ele era conhecido como “o senhor Oscar”. Por seu grande conhecimento do cinema norte-americano, e do seu sistema de premiação, Rubens Ewald Filho foi mestre de cerimônias em diversas emissoras de televisão para comentar a transmissão da cerimônia do Oscar. Passou pela TV Globo e sua casa mais recente foi o canal por assinatura TNT. 

Com essa atividade televisiva, Rubens se tornou o crítico de cinema mais famoso do País, ajudando a divulgar esse estranho e tão mal compreendido ofício de escrever, comentar e interpretar filmes, coisa de que todo mundo se julga capaz, por ser o cinema uma espécie de democrático “futebol das artes”. 

Rubens começou no jornal A Tribuna, onde assinou suas críticas até este ano. Passou por outros jornais, como o mitológico Jornal da Tarde, onde talvez tenha vivido sua fase mais fértil como crítico de cinema. 

Rubens também foi autor de livros, um deles - naturalmente - sobre o prêmio máximo do cinema americano ("O Oscar e Eu", 2003). Mas também assina o famoso "Dicionário de Cineastas", obra pioneira, surgida num mercado editorial brasileiro ainda carente de títulos de referência sobre o cinema. Todo crítico digno desse nome tinha o seu exemplar do Dicionário. O livro era chamado entre os colegas de “Rubinho”, tanto o autor se identificava com a obra. 

Também mostrou sua faceta de gestor ao criar o Pólo Cinematográfico de Paulínia, com estúdios, escola de cinema e um festival que, em pouco tempo, alcançou prestígio nacional. 

Rubens era conhecido por sua cultura cinematográfica enciclopédica, tendo visto mais de 30 mil filmes ao longo da vida. Dono de memória privilegiada, sabia de cor o nome do diretor, do elenco, da equipe técnica e até do mais humilde extra dos filmes famosos. 


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