Mostra de Cinemas Africanos retorna a Porto Alegre com produções de 12 países

Mostra de Cinemas Africanos retorna a Porto Alegre com produções de 12 países

Seleção de filmes ocorre na Cinemateca Capitólio até o domingo

Correio do Povo

"Five Fingers for Marseilles" é um dos filmes que estão em cena na mostra

publicidade

Uma seleção de filmes africanos e afrodiaspóricos compõe a Mostra de Cinemas Africanos, de hoje até domingo, dia 20, na Cinemateca Capitólio (Demétrio Ribeiro, 1085). O objetivo do evento é mostrar “a explosão de riqueza, criatividade e diversidade na última década de uma cinematografia com um pouco mais de meio século de vida”.

A mostra reúne 15 títulos, de 12 países, com atenção especial à produção contemporânea. A maioria dos filmes é inédita no Brasil, chance rara de assistir a importantes produções que circularam em grandes festivais e talvez nunca cheguem ao circuito comercial do país. Ao total, são 13 longas e 2 curtas de ficção e documentário projetados na Cinemateca.

Na sessão de abertura de hoje, às 20h, será exibido o longa-metragem “Kasala!”, autofinanciado, escrito, produzido, dirigido e filmado pela estreante Ema Edosio. O filme conta a alucinante história urbana de amizade e cumplicidade entre quatro jovens, apresentando um retrato fiel e cheio de humor da vida na cidade de Lagos. Com “Kasala!”, a diretora se une à nova geração de realizadores nigerianos que desafiam a indústria de Nollywood com muito frescor e originalidade.

União de gêneros cinematográficos

A seleção, que já passou por Salvador, Aracaju e São Paulo, acontece pela segunda vez em Porto Alegre, e apresenta a proeminência das mulheres em sua programação. As jovens diretoras africanas dominam gêneros tão heterogêneos como o curta-metragem poético (“Irmandade”, da tunisiana Meryam Joobeur), o ensaio autobiográfico (“Lua Nova”, de Philippa Ndisi-Hermann) ou o melodrama experimental (“Ame Quem Você Ama”, da sul-africana Jenna Bass).

Outras cineastas optam por usar o cinema como ferramenta de denúncia e espaço de abertura de diálogo, sem deixar de lado o entretenimento. É o caso de Sofia (de “Meryen Benm’Barek-Aloïsi”) um melodrama social centrado na situação vulnerável da mulher violentada no Marrocos (ganhadora em Cannes do Prêmio de melhor roteiro no Un Certain Regard), ou o poderoso documentário sobre a força do ativismo para se opor a práticas de extração neocoloniais na Libéria (“A Luta de Silas”, de Hawa Essuman e Anjali Nayar).

Em reconhecimento aos pioneiros dos cinemas africanos, serão projetados dois longas de ficção do senegalês Djibril Diop Mambéty (1946-1998), tio de Mati Diop, primeira diretora africana negra a competir pela Palma de Ouro no último Festival de Cannes e vencedora do prêmio do júri. Do Mambéty, autor iconoclasta, irreverente e controverso, “Touki Bouki” (1973) e “Hyènes” (1992) são dois clássicos universais que serão exibidos em cópias recentemente restauradas e que ainda hoje ressoam por seus temas, mensagens e estilos cinematográficos. 

Hoje e quarta ocorre também o curso “Cinemas Africanos Contemporâneos”, com Ana Camila Esteves, curadora da mostra ao lado de Beatriz Leal Riesco, com inscrições no site da iniciativa.


Mais Lidas

Guia de Programação: a grade dos canais da TV aberta desta quinta-feira, dia 18 de abril de 2024

As informações são repassadas pelas emissoras de televisão e podem sofrer alteração sem aviso prévio

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895