Mostra traz olhar crítico sobre a Capital e sua relação com o Guaíba
“Água Viva” reflete sobre como Porto Alegre se distanciou do rio
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Dividida em dois segmentos, a exposição começa apresentando as obras de Rodriguez, entre as quais estão mapas, cartas náuticas, desenhos, colagens, pinturas e registros distintos do passado e do presente. O trabalho do paulista radicado em Porto Alegre, reflete sobre as relações entre o público e o privado e entre a natureza e a cultura para problematizar como a Capital virou as costas para o Guaíba, se distanciando do rio.
Já a segunda parte revela algo que poderia ajudar a solucionar tal situação levantada. A seção foi realizada com a colaboração de quatro arquitetos e o escritor Daniel Galera, que foram convidados por Rodriguez a pensar em alternativas para os mais diversos impedimentos que afastam a comunidade porto-alegrense de suas águas.
Assim, Nathalia Cantergiani, Carol Tonetti, Marina Portolano e Alberto Gomez assinam três maquetes que propõem ativar no centro, mais especificamente no Cais do Porto, uma piscina pública - que seria instalada na antiga marina da cidade, em frente à Praça Brigadeiro Sampaio, local onde está prevista a construção de duas torres comerciais de 25 andares, conforme o projeto Cais Mauá.
As três propostas estão em votação, em uma urna na galeria. Ao final de "Água Viva", a mais votada pelos visitantes será levada às autoridades como um gesto crítico e poético, no contexto dos movimentos que têm colocado em discussão as ideias de reforma e urbanização do Cais.
Chove, chuva
Toda exposição está, ainda, condicionada a efeitos de chuva, remetendo à ideia de um aquário – e, mais uma vez, destacando a importâncias das águas. Diariamente, em momentos específicos, uma chuva artificial cai sobre a mostra, graças à suspensão de câmaras de pneus no teto, que estabelecem um sistema de nuvem. O público não precisa estar dentro do espaço neste momento, mas, quem quiser, pode vestir uma roupa adequada e participar da experiência.