Museu Arafat de Ramallah retira charges de ex-líder palestino

Museu Arafat de Ramallah retira charges de ex-líder palestino

Feitas por artistas do mundo todo, as charges e seus traços exagerados de Arafat causaram revolta, gerando uma campanha online contra a exposição

AFP

O museu Yasser Arafat, em Ramallah, retirou charges do ex-líder palestino, depois de receber protestos de pessoas que as consideraram desrespeitosas

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O museu Yasser Arafat, em Ramallah, retirou charges do ex-líder palestino, depois de receber protestos de pessoas que as consideraram desrespeitosas - anunciou a instituição nesta terça-feira (25).

Uma exposição com cerca de 35 ilustrações do ex-chefe da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), falecido em 2004, foi inaugurada no domingo (23), na presença do primeiro-ministro Mohamad Shtayyeh, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada.

Feitas por artistas do mundo todo, as charges e seus traços exagerados de Arafat causaram revolta, gerando uma campanha online contra a exposição.

Nesta campanha, afirma-se que os desenhos zombam do legado do fundador do Fatah, partido histórico e principal componente da OLP.

Dezenas de pessoas publicaram fotos de Arafat no Twitter, com o slogan "Este é o ícone que conhecemos", e militantes do Fatah pediram uma investigação sobre a exposição das charges.

Em um comunicado, o museu enfatizou que a mostra representa apenas as opiniões dos artistas participantes.

"Os desenhos expostos, embora alguns sejam um tanto controversos, representam o ponto de vista de seus autores sobre seu apoio à causa palestina e sobre o falecido presidente Yasser Arafat", explicou a instituição no comunicado divulgado na noite de segunda-feira.

Um porta-voz do museu confirmou que as charges foram retiradas da mostra em exibição.

Várias personalidades palestinas criticaram a exposição, como o ex-ministro da Cultura Ihab Bseiso, que a chamou de "absurda".

O museu é controlado pela Fundação Yasser Arafat, criada em 2007 e administrada há anos por Nasser al Kidwa, sobrinho do falecido líder.

Este último foi demitido do cargo no ano passado, depois de anunciar que iria disputar as eleições legislativas palestinas - que acabaram por ser anuladas - com uma lista rival do Fatah.

Esta semana, ele alertou nas redes sociais que o legado de seu tio estava sendo atacado pelos atuais diretores do museu.

"Já dissemos isso. A Fundação Yasser Arafat e o museu foram desviados e confiscados à força", denunciou.

"Infelizmente, o legado e a biografia de Yasser Arafat não são seguros", frisou.

"Isso não é uma coincidência, e foi exatamente sobre isso que ele nos alertou no passado", insistiu.


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