Nas dunas de "Star Wars", DJs dão vida ao turismo na Tunísia

Nas dunas de "Star Wars", DJs dão vida ao turismo na Tunísia

Ong Jmal é o mais conhecido dos pontos turísticos tunisianos, onde George Lucas filmou cenas da juventude dos Skywalker, em 1976 e no final dos anos 90

AFP

Festival "As Dunas Eletrônicas" atraiu dezenas de DJs locais e internacionais e milhares de foliões do deserto, símbolo de um renascimento do turismo nessa região do oeste da Tunísia

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Os poderosos ritmos graves chegam até o rebanho de camelos vizinho, lasers varrem as dunas do Saara tunisiano e VIPs saborearam a vodka no que foi uma das barracas de Tatooine, o conhecido planeta do universo de Star Wars. O festival "As Dunas Eletrônicas", relançado neste final de semana em Ong Jmal após três anos de ausência, atraiu dezenas de DJs locais e internacionais e milhares de foliões do deserto, símbolo de um renascimento do turismo nessa região do oeste da Tunísia.

"Já tínhamos visitado Tunes, mas viemos para o festival", disse Leopold Poignant, 22 anos, que veio de Paris para dançar em Ong Jmal e depois visitar a cidade vizinha de Tozeur. "Há alguns grandes nomes como Adam Port e Konstantin Sibold, mas também vale pela experiência. A decoração é de Star Wars e festejar nas dunas é realmente especial", explicou o estudante de Ciência Política.

As estruturas metálicas e cabanas onde as bebidas são vendidas não prejudicaram a decoração de evaporadores - dispositivo imaginário de captação de água - e casas arredondadas construídas para "Star Wars: Episódio I - A Ameaça Fantasma". 

Ong Jmal é o mais conhecido de muitos pontos turísticos tunisinos, onde George Lucas filmou cenas da juventude dos Skywalker, em 1976 e no final dos anos 90. Os vestígios do fictício vilarejo de Mos Espa atraem dezenas de milhares de turistas todo ano. Durante o festival, shows de luzes e a multidão reviveram o statioport onde Anakin Skywalker trabalhou antes de se tornar um Jedi.

Foto: Amine Landoulsi / AFP / CP

"Paramos para visitar"

Aqueles que não dançavam abrigaram-se do frio e do vento em tendas berberes ou ao redor de uma fogueira. A música continuou ininterrupta até domingo à noite. O exército e a polícia tomaram conta da área, a menos de 40 quilômetros da fronteira com a Argélia. Entre os mais de 5 mil participantes do festival, uma grande maioria de tunisianos. Anis El Wafi veio do sul com um grupo de pessoas observando o deserto. "Desta vez, também paramos para visitar a região", disse o cabeleireiro de Nabeul acompanhado de amigos italianos e franceses.

A revolução de 2011 e uma série de ataques mortais que mataram dezenas de turistas em 2015 foram um duro golpe para o setor do turismo. Desde então, as estadas no Sul tendem a se limitar a viagens de um dia ao deserto, desde os grandes resorts da costa, para o desespero dos comerciantes de Tozeur. "Os mais numerosos agora são os russos e eles só compram água", lamentou Nagga Ramzi, um comerciante que viu sua renda despencar. "É difícil, porque aqui só tem tâmaras, para quem as possui, e turismo".

Mas, graças a uma melhoria na segurança que permitiu um retorno maciço de turistas nos últimos dois anos, a região recebe cada vez mais eventos. Uma maratona saariana, Ultra Mirage El Djerid, o Festival Internacional de Cinema de Tozeur e um festival de música sufi, Rouhaniyet, foram lançados. Os hotéis estão cada vez mais completos e os turistas prolongam suas estadias.

Em 30 de outubro, o número de turistas aumentou 27% em um ano e o número de dormidas em 29%. Hotéis estão reabrindo, as pousadas estão se multiplicando e o grupo de luxo tailandês Anantara abre no final de dezembro um palácio cinco estrelas. Resta a esperança de que "esses turistas fiquem mais tempo" para passear, visitar o oásis e a medina, disse Salah Akkoun, que luta para ganhar a vida com sua carruagem.


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