Nos 80 anos do Superman, HQ revela os bastidores da criação do personagem

Nos 80 anos do Superman, HQ revela os bastidores da criação do personagem

Graphic novel que narra a vida de Joe Shuster chega ao Brasil

AE

Graphic novel que narra a vida de Joe Shuster chega ao Brasil

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Não é pássaro, tampouco avião: a criação do roteirista Jerry Siegel e do ilustrador Joe Shuster foi o protótipo do que hoje conhecemos como super-herói. Celebrando os 80 anos da primeira publicação do Superman na edição nº 1 da revista Action Comics, chega ao Brasil "A História de Joe Shuster: O Homem por Trás do Superman" (editora Aleph), biografia em quadrinhos do artista que criou um ícone da cultura pop, que conta com roteiro do autor alemão Julian Voloj e ilustrações do quadrinista italiano Thomas Campi.

"Sem Superman, não teríamos todos os super-heróis que temos hoje. Tenho certeza disso", afirmou Campi em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. "Não é só porque foi o primeiro super-herói, mas porque era o início da indústria de quadrinhos na América. Se não fosse por esse personagem, creio que esse tipo de história não existiria hoje", acrescentou o ilustrador.

A ideia original do roteiro de Voloj era contar a criação do  Superman pelo ponto de vista tanto de Siegel quanto de Shuster, mas ele teve acesso às correspondência do artista no acervo da Columbia University e ficou fascinado com sua história. "Essas cartas falavam sobre sua situação de pobreza, o que me fez decidir torná-lo o narrador dessa história. Normalmente você não escuta falar de Joe Shuster, porque Jerry Siegel era a força motriz da dupla. Mas foi Joe quem realmente criou o imaginário do super-herói", conta o roteirista.

Campi utiliza um estilo quase aquarelado que lembra pinturas de Edward Hopper para contar a história. Ao mostrar tirinhas antigas durante a graphic novel, o ilustrador reproduz o traço de quadrinistas clássicos como Winsor McCay, Will Eisner e do próprio Shuster com perfeição.

Filho de imigrantes judeus - sua mãe, cansada dos pogroms (perseguição deliberada de um grupo étnico ou religioso) na Rússia, foi para a América tentar a vida com o marido, que ela conheceu na Holanda -, Shuster passava os dias de infância no cinema em que seu tio trabalhava como projecionista, o que o fez ser cinéfilo desde criança. Na época, lia quadrinhos clássicos como Os Sobrinhos do Capitão, Boob McNutt e Little Nemo.

Joe compartilhava com o amigo de infância e colega de escola Jerry Siegel as paixões por cultura pop, literatura pulp e filmes. Não por acaso, uma de suas maiores influências visuais era Frank Paul, ilustrador das capas da revista Amazing Stories, do lendário editor Hugo Gernsback - que apresentou ao mundo autores como Isaac Asimov, Robert Heinlein e Arthur C. Clarke e hoje dá nome ao mais prestigiado prêmio da ficção científica.

A ideia original de um personagem que usava seus poderes sobre-humanos para combater o crime foi concebida por Siegel aos 19 anos, em 1933. No entanto, A História de Joe Shuster mostra que o caminho até a publicação, cinco anos mais tarde, foi bastante tortuoso.

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