O último 007 de Daniel Craig

O último 007 de Daniel Craig

Estreia o novo filme do espião britânico, após a produção ter seu lançamento adiado devido à pandemia

Adriana Androvandi

O ator Daniel Craig interpretou o agente britânico James Bond por mais de 15 anos

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Chega aos cinemas “007 – Sem Tempo Para Morrer”, após sucessivas mudanças de data de estreia devido à pandemia. Já foi anunciado que esta será a última produção da franquia protagonizada por Daniel Craig. Depois de mais de 15 anos no papel, o Bond loiro deixa a sua marca. Ele imprimiu mais brutalidade ao personagem, “sangrou” em várias cenas (em referência aos primeiros filmes, em que 007 saia de uma luta arrumando o terno) e o deboche foi um pouco mais contido. Conforme declarou o próprio ator à Universal Pictures: “Comecei com ‘007 - Cassino Royale’. Foi o meu primeiro filme, e foi ele que definiu a forma como interpretei esse personagem maravilhoso. Eu queria que Bond parecesse um assassino, se comportasse como um assassino, porque é isso que ele é, um assassino. Foi assim que ele foi escrito. Mas eu queria uma abordagem moderna disso”, diz Craig.
Com direção de Cary Joji Fukunaga, o filme começa mostrando Bond aposentado. Ele desfruta de uma vida tranquila na Jamaica, passando os dias pescando ou curtindo a praia. Mas seu velho amigo Felix Leiter (Jeffrey Wright), da CIA, aparece pedindo ajuda. A missão é resgatar um cientista sequestrado por um grupo misterioso. 
Hesitante a princípio, Bond acaba aceitando ajudar na força-tarefa. O vilão, vivido por Rami Malek (oscarizado pelo papel de Fred Mercury), não foge ao tipo de versões anteriores. É um maluco que pretende exterminar boa parte da humanidade. A mudança está na maneira de fazer isso, através de pesquisas com material genético e nanotecnologia, produzidas em uma ilha próxima ao Japão.
Mas não apenas na tecnologia a narrativa se atualiza. Fica claro no filme uma mudança na forma como as mulheres são retratadas. Se nos primeiros títulos James Bond era reconhecido por ser um conquistador e as mulheres, para a visão de hoje, vistas com objetificação e puramente para relações casuais, agora Bond age de outra forma. Os movimentos recentes pela valorização e respeito da representação feminina chegaram ao roteiro desta produção. Bond trata suas colegas de trabalho com respeito, sem piadas sexistas, mesmo quando retorna ao MI6 e vê que seu número, 007, já estava sendo ocupado por outra pessoa, agora uma mulher negra, Nomi (Lashana Lynch). Os dois trocam implicâncias, mas quando necessário trabalham em equipe. Com outra bela agente, vivida por Ana de Armas, em cenas que se passam em Cuba, trabalham como uma dupla eficiente, trocam olhares e insinuações, mas não passa de uma relação profissional. No passado, provavelmente o personagem a levaria para um hotel.
Mas também se pode dizer que a versão de Craig para o personagem foi o que mais sofreu por amor. Ele se apaixonou por mulheres belas e inteligentes, vividas por duas atrizes francesas estonteantes. Primeiro por Vesper (Eva Green), em 2006. E recentemente por Madeleine (Léa Seydoux), com quem volta a contracenar neste longa-metragem. Enquanto a indústria cinematográfica já cogita um novo nome para o papel do agente 007, Craig deixa sua característica como a versão mais bruta, mas, paradoxalmente, a mais romântica dos que viveram o icônico personagem.


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