"O Grande Circo Místico" abre 46º Festival de Cinema de Gramado com muita fantasia na tela

"O Grande Circo Místico" abre 46º Festival de Cinema de Gramado com muita fantasia na tela

Longa dirigido por Cacá Diegues foi exibido na noite dessa sexta-feira

Lou Cardoso

Cacá Diegues acompanhado do elenco de "O Grande Circo Místico"

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Responsável por iniciar a maratona de filmes do 46º Festival de Cinema de Gramado, "O Grande Circo Místico" realizou também a sua estreia em solo brasileiro. O longa dirigido por Cacá Diegues foi exibido primeiro na 71ª edição do Festival de Cannes e desde então ficou guardado para ser apresentado na Serra gaúcha na noite dessa sexta-feira. Fora de competição da Mostra Competitiva, a produção chama atenção tanto pelo investimento da sua estética quanto pela reunião de grande elenco como Jesuíta Barbosa, Mariana Ximenes, Bruna Linzmeyer, Marcos Frota e Juliano Cazarré. Inspirado no poema de mesmo título de Jorge de Lima, a obra conta a história de cinco gerações de uma mesma família circense, do apogeu à decadência, passando por grandes amores e aventuras.

• "O cinema é filho do circo", diz Cacá Diegues

A narrativa é guiada pelo radiante Celaví (Jesuíta), o personagem que nunca envelhece, que apresenta a origem do Grande Circo Místico fundado por Fred (Rafael Lozano) para presentear a amada Beatriz (Bruna) que se torna a principal atração do local. Aclamada pelo público, a jovem dá à luz à primeira herdeira do circo, Charlotte (Marina Provenzzano). Ao contrário da mãe, a filha se torna submissa às ordens do marido, o charmoso ator Jean Paul (Vincent Cassel), mas encontra o amor em seus filhos. Quando adultos, Clara (Flora Diegues) vai embora do circo e o deixa nas mãos de Oto (Juliano), que se vê sem raízes após a morte da mãe e o abandono da irmã. Após ter uma noite regada a drogas e sexo com uma desconhecida, ele volta a ter motivos para sorrir quando nasce a sua filha Margarete (Mariana). Contrariada com o seu destino, a herdeira do Circo Místico está decidida a cortar o cordão umbilical desta família circense.

O Grande Circo Místico brinca com a fantasia da realidade. E por se tratar de um cenário repleto de criatividade e inocência, o filme abusa do potencial de levar o público a sonhar acordado. A começar pelo  encanto do queridíssimo Celaví, dono de uma positividade que representa a alegria de um circo. Jesuíta Barbosa se destaca ao longo da projeção não por causa deste quesito, mas por ser a chama que mantém o circo de pé. Mariana Ximenes impressiona pela complexidade da sua personagem. A sua Margarete é o pivô do sofrimento que as mulheres desta família circense viveram em cinco décadas no momento em que se reconhece em outra figura parentesca e enxergar o milagre que, talvez, fosse o que precisava para sua miserável vida.


A história desta herança circense, que mais parece um fardo, mostra como o coração desta família é o grande fraco de todos. Cacá Diegues toma "O Grande Circo Místico" como um poema visual nas telas, mas não conquista completamente. Apesar da essência do filme ser as memórias desta herança do circo, a falta de objetivo torna a experiência nula. Principalmente se for se apegar apenas nos abusos de efeitos especiais que tenta seduzir e que acaba exagerando na dose. O Grande Circo Místico tenta ser o típico "o show tem que continuar", mas fica devendo no seu ato final.

"O Grande Circo Místico" estreia nos cinemas brasileiros no dia 6 de setembro.

 


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