Pacarrete e Babenco nas telas

Pacarrete e Babenco nas telas

Em estreia hoje, longa com Marcélia Cartaxo e o selecionado para concorrer a vaga ao Oscar

Marcos Santuario

‘Pacarrete’ foi o grande premiado do 47º Festival de Cinema de Gramado, ganhador de oito Kikitos

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Não é todo dia que dois grandes filmes brasileiros chegam juntos às telas. Isso acontece nesta quinta-feira, em que “Pacarrete”, de Allan Deberton, e “Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou”, de Bárbara Paz, estreiam nas telonas em várias cidades do país. Estrelado por Marcélia Cartaxo e filmado na cidade de Russas, interior do Ceará, o aguardado e premiado “Pacarrete” foi o grande premiado do 47º Festival de Cinema de Gramado, ganhador de oito Kikitos. A partir de Gramado, começou a colecionar prêmios, chegando a 27, em festivais de todo o mundo.

Primeiro longa-metragem do jovem realizador cearense trata, com delicadeza e criatividade questões como a loucura, os desafios de ser artista e o drama da velhice de uma bailarina clássica, que gosta de ser chamada de Pacarrete – “margarida” em francês. Livremente inspirado na conterrânea do diretor, o filme demorou 12 anos para ser realizado, colocando na tela as imagens da cidade-natal de Deberton, Russas. Nascida e criada na cidade, Pacarrete alimentou, desde criança, o sonho de ser artista e viver a vida na ponta da sapatilha, mas é em Fortaleza que ela conseguiu estar no centro dos holofotes como bailarina clássica e se torna professora de ballet. Ao se aposentar, volta para Russas mas, em vez de plateias de admiradores e aplausos, ela se defronta com o despeito daqueles que cruzam seu caminho - e a bailarina e professora de outrora se transforma na “louca da cidade”. No elenco estão a premiada atriz paraibana Marcélia Cartaxo (Urso de Prata do Festival de Berlim em 1985, por “A Hora da Estrela”), Zezita Matos, Soia Lira, , o ator baiano João Miguel e os cearenses Rodger Rogério, Débora Ingrid, Samya de Lavor e Edneia Tutti Quinto.

Ainda sob a emoção de haver sido escolhido para representar o Brasil na busca por uma das cinco vagas para concorrer a melhor filme internacional no Oscar 2021, o Filme Babenco – Alguém tem que ouvir o coração e dizer: Parou” é outra estreia de hoje nos cinemas. Com sua potente fotografia em preto e branco mostra momentos fundamentais da vida do cineasta argentino/brasileiro Héctor Babenco. Realizado pela gaúcha Bárbara Paz, que decidiu botar na tela parte das vivências com o cineasta, com quem foi casada, o documentário reúne os relatos dele em diferentes momentos, sobre as memórias, amores, reflexões, intelectualidade e a frágil condição de saúde do artista. A obra revela-se como uma crônica dos últimos dias de vida de Babenco, que conduziu clássicos como “Pixote -ALei do Mais Fraco”, “O Beijo da Mulher Aranha” e que morreu em 2016, depois de décadas lutando contra o câncer. Aqueles momentos foram retratados em seu último filme “Meu Amigo Hindu”, de 2015, no qual participou o talentoso ator norte-americano Willem Dafoe. Cenas deste e de seus outros filmes desfilam na montagem do documentário de Bárbara, e foram selecionadas para compor o universo criativo do realizador. Não à toa “Babenco - Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou” foi premiado como Melhor Documentário no Festival de Veneza de 2019, arrancando aplausos e elogios.


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