“Parasite”, do sul-coreano Bong Joon-ho, vence a Palma de Ouro em Cannes

“Parasite”, do sul-coreano Bong Joon-ho, vence a Palma de Ouro em Cannes

Tragicomédia conta a história de uma família de desempregados que vivem em apartamento no subsolo, onde convivem com baratas

Correio do Povo

Diretor venceu a primeira Palma de Ouro para seu país

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A Palma de Ouro do Festival de Cannes foi vencida pelo filme “Parasite”, do sul-coreano Bong Joon-ho, que desembarcou com pouca estridência na cidade francesa, mas roubou os holofotes desde que chegou. Diretor do terror “O Hospedeiro” e do mais familiar “Okja”, o cineasta conta neste novo trabalho a história de uma família de desempregados, a de Ki-taek (interpretado por Song Kang-ho), que vivem em um escuro e sórdido apartamento no subsolo, onde convivem com baratas. Uma fábula tragicômica sobre a luta de classes, "Parasite" rendeu a Coreia do Sul sua primeira láurea máxima na mostra.

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Na trama, a vida de Ki-taek, de sua esposa e dois filhos muda quando o seu filho Ki-Woo consegue um emprego como professor particular de inglês de uma jovem de família rica, os Park. Eles vivem em uma casa suntuosa com jardim, grandes janelas e decoração de bom gosto. A família rapidamente se aproveita da situação: por meio de subterfúgios, Ki-Woo faz sua irmã ser contratada para dar aulas de desenho ao filho mais novo, depois seus pais como motorista e governanta. Mas, se tudo parece correr bem para a família de golpistas, a chegada dos "parasitas" à família Park marcará o início de um movimento incontrolável.

Com a história, Bong Joon-ho, de 49 anos, deixa para trás o universo fantástico e os grandes orçamentos internacionais de seus dois últimos filmes, "Expresso do Amanhã" e "Okja", que gerou polêmica sobre a possibilidade ou não de títulos da Netflix competirem na mostra oficial. O diretor opta por um enfoque muito mais íntimo, com uma alta dose de suspense. Por sinal, ele escreveu uma carta implorando aos críticos que não revelassem uma parte importante da história de seu filme. Conhecido por suas sátiras da sociedade sul-coreana, de "Memórias de um Assassino" a "O Hospedeiro", ele aumenta sua propensão a retratar a violência das relações sociais em um mundo onde as desigualdades se amplificam, apoiando-se novamente no filme de gênero para melhor transmitir sua mensagem.

Banderas é o melhor ator

O Grand Prix foi para "Atlantique", da atriz e cineasta francesa Mati Diop, primeira mulher negra a concorrer à categoria principal em Cannes. O melhor roteiro foi o de "Portrait de la Jeune Fille en Feu", de Céline Sciamma. O melhor ator foi Antonio Banderas, por sua participação em "Dolor y Gloria", e a melhor atriz foi Emily Beecham, por sua atuação em "Little Joe".

O prêmio de direção ficou com a dupla Jean-Pierre & Luc Dardene, por "Le Jeune Ahmed". Câmera de Ouro foi para "Nuestras Madres", de César Diaz. A menção especial foi para "It Must Be Heaven", de Elia Suleiman. E o prêmio de melhor curta foi para "The Distance Between Us and the Sky", de Vasilis Kekatos. O festival, que começou no dia 14 de maio, contou com filmes como "Radegund", de Terrence Malick, e "Rocketman", de Dexter Fletcher.

O brasileiro "A Vida Invisível de" Eurídice Gusmão, do diretor Karim Aïnouz, venceu o prêmio de melhor filme na mostra "Um Certo Olhar". Quentin Tarantino ganhou a Palma Canina por uma cena com um cachorro em seu novo filme, "Era Uma Vez Em... Hollywood".


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