Prada deixará de usar pele de animais em suas coleções

Prada deixará de usar pele de animais em suas coleções

Coleção feminina para a próxima primavera/verão 2020 será a primeira sem esse tipo de material

AFP

Medida agradou associações de defesa dos animais

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A marca de luxo italiana Prada anunciou que não vai mais usar peles de animais em suas coleções e se une a uma longa lista de empresas que pararam de trabalhar com esse material - informou a casa de moda de Milão nesta quarta-feira.

Aplaudida pelas associações de defesa dos animais, Prada comunicou que não usará peles em sua coleção feminina para a próxima primavera/verão 2020. A marca disse manter um "diálogo positivo" com a Fur Free Alliance (FFA), uma associação de mais de 50 organizações em defesa do bem-estar animal em mais de 40 países. "Inovar e responsabilidade social fazem parte dos valores fundadores do Grupo Prada.

A decisão de adotar uma política "'livre de peles' (...) é um passo importante", afirmou a diretora artística, Miuccia Prada. "A investigação e o desenvolvimento de materiais inovadores permitirão à empresa explorar novas fronteiras em termos de criação, ao mesmo tempo em que satisfaz a demanda por produtos mais éticos", acrescentou.

As associações a favor do bem-estar e do tratamento ético dos animais acolheram bem a decisão. O grupo Prada, que inclui as marcas Miu Miu, Car Shoe e Church's, "se une à lista cada vez maior de marcas que proíbem o uso de peles para responder aos pedidos de mudança dos consumidores", afirmou o presidente da FFA, Joh Vinding. Com esta decisão, "um dos nomes mais importantes da moda está se tornando um líder da defesa do bem-estar dos animais e da inovação para as futuras gerações", comentou PJ Smith, da organização Sociedade Humana dos Estados Unidos.

Moda sem crueldade e moda ecológica

Nos últimos anos, importantes marcas italianas, entre elas Armani, Gucci, Versace e Furla, a britânica Burberry e as americanas Donna Karan, DKNY e Michael Kors aderiram à campanha, assim como o francês Jean-Paul Gaultier. A pioneira desse movimento surgido em 2001 é a estilista britânica Stella McCartney, famosa por seu compromisso com o meio ambiente.

Segundo dados de organizações internacionais, a indústria da moda é uma das mais poluentes, responsável por 20% das águas residuais e de 10% das emissões de carbono. McCartney acaba de se aliar com o gigante tecnológico Google para analisar dados de que dispõe das cadeias de abastecimento de matérias-primas (entre elas algodão), devido à falta de informação. O objetivo é tentar agir para reduzir o impacto ambiental.

Para Nina Marston, especialista em moda da Euromonitor International, comprometer-se com uma moda sem crueldade com os animais "vai aumentar o atrativo da Prada entre os jovens consumidores de luxo, que preferem, cada vez mais, comprar marcas que compartilhem seus interesses e valores".

Abandonar as peles não convence todo mundo, porém. "Me surpreende que uma marca que se preocupa com um desenvolvimento sustentável renuncie a um produto natural, como a pele, o couro. Os consumidores de Prada terão de agora em diante peles de plástico, o que é péssimo para o planeta", lamentou o presidente da Federação Internacional de Peles, Mark Oaten. 

O movimento contra o uso de peles animais envolve muitos países. O governo norueguês quer proibir o surgimento de estabelecimentos para a criação de animais para a indústria do couro, assim como impor o fechamento dos existentes. Nos Estados Unidos, foram aprovadas leis que proíbem a venda de couros e peles em San Francisco e em Los Angeles. Em Nova York, o projeto gera polêmica, e os representantes de um setor econômico com uma longa tradição nessa cidade - tanto produtores quanto distribuidores - se aliaram para conter os defensores dos animais.


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