Relacionamentos são o foco de "A Porta Ao Lado"

Relacionamentos são o foco de "A Porta Ao Lado"

Produção nacional dirigida por Julia Rezende trata da convivência entre casais vizinhos de apartamento

Adriana Androvandi

O elenco formado por Dan Ferreira, Tulio Starling, Leticia Colin e Bárbara Paz ao lado da diretora, Julia Rezende, no tapete vermelho do Festival

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O filme "A Porta Ao Lado" foi exibido dentro da mostra competitiva de longas brasileiros na terça-feira à noite, no Palácio dos Festivais. Um casal, formado pelos atores Leticia Colin e Dan Ferreira, vivem de forma tranquila e estável. Até que se muda para o apartamento ao lado outro casal, vivido por Bárbara Paz e Tulio Starling, que vive um relacionamento aberto. Os casais se aproximam em reuniões caseiras e isso vai trazer consequências para a vida de todos, fazendo-os reavaliar as suas escolhas.

Na entrevista, a diretora, Julia Rezende, explica que "o filme partiu de um questionamento do que é traição”. Para o casal de relacionamento aberto, as regras estão bem colocadas e ter relações sexuais fora do casamento é aceito. Não é o mesmo que pensa o casal mais tradicional. Júlia completa: "Tudo o que se vê no filme foi feito com muita delicadeza e levando em conta também que falar sobre o tema pode parecer uma coisa fútil, mas as relações ocupam um lugar muito fundamental na vida da gente”. A cineasta, que já tem sete longas no currículo, como "Depois a Louca Sou Eu" e "Ponte Aérea", também aborda questões como as redes sociais na vida dos casais e decisões das mulheres sobre seus corpos.

O elenco ressaltou que as filmagens ocorreram em 2020 e foram divididas em duas etapas em função da pandemia de convid-19. Por isso, além dos critérios de segurança, os atores e atrizes tiveram um longo processo de indagações sobre seus personagens. Além da bela produção, direção de arte e figurino, merece um reconhecimento a criatividade da arte dos créditos, com linhas se movimentando de um nome a outro da equipe.

LONGA ESTRANGEIRO

Também na noite de terça-feira, foi exibido o "Cuando Oscurece", de Néstor Mazzini, uma co-produção entre Argentina e Uruguai. O protagonista é vivido por Cesar Troncoso, que está em Gramado e, ao subir ao palco do Palácio dos Festivais para apresentar o filme, ressaltou que foi através de sua participação no Festival que as portas para trabalhos no Brasil se abriram para ele. Ele interpreta um pai que entra em desespero após a separação com a mulher, que o ameaça de não ver mais a filha se não cumprir com suas obrigações legais. Ele começa uma viagem com sua filha, vivida com talento e carisma pela atriz mirim Matilde Creimer Chiabrando. A menina pensa que se trata de um período de férias, mas, na verdade, o pai a está sequestrando.

O tema da perda de filhos também esteve presente no filme mexicano "El Camino de Sol", em que uma mãe, Sol, também se vê desesperada porque seu filho foi sequestrado, mas por desconhecidos em uma rua em plena luz do dia. Em "La Pampa", um homem resolve ajudar uma adolescente que foge de um local em que é obrigada a se prostituir em uma região de garimpo. Ela chega a ele pensando que ele é seu pai. Apesar de não ser, ele resolve ajudá-la. Afetos e perdas perpassam, portanto, mais de um filme nesta edição de 50 anos do Festival.    


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