Romance ganha vida e serpentes

Romance ganha vida e serpentes

'A Serpente de Essex' é uma celebração do amor em várias formas de se manifestar

Marcos Santuario

‘A Serpente de Essex’ é uma adaptação do universo literário, feita série e disponível no streaming

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Com  a atriz norte-americana Claire Catherine Danes no centro da trama que está disponível na Apple TV, “A Serpente de Essex” é adaptação do romance de Sarah Perry, ambientado no final do século 19. A narrativa do livro se transforma em uma envolvente recriação de época e um mistério que transita pela trama desde seus primeiros momentos.
A história se passa no período vitoriano na Inglaterra. Acompanha a viúva recente Cora Seaborne, vivida por Claire, que se muda de Londres para a região de Essex. Depois de se livrar de um relacionamento abusivo, ela vê o seu caminho aberto para trocar a Londres vitoriana por um vilarejo do Reino Unido. Seu objetivo é investigar relatos envolvendo uma serpente mítica. Lá, Cora forma uma improvável parceria de ciência e ceticismo com o vigário da cidade, vivido por Tom Hiddleston. É quando uma tragédia acontece e os habitantes locais a acusam de atrair a criatura. Mas não se engane. Não se trata de terror desmedido. “A Serpente de Essex”, no deleite literário ou na apreciação audiovisual, é celebração do amor e das várias formas pelas quais ele pode se manifestar.
O papel principal não foi dado a Claire Danes por acaso. E a escolha pareceu muito acertada. A atriz ficou conhecida por ter interpretado Angela Chase na série norte-americana “My So-Called Life”; Julieta em “Romeo + Juliet”; Yvaine em “Stardust; e “Carrie Mathison em “Homeland”. Ainda em 2010, Claire interpretou a autista humanitária Temple Grandin no filme homônimo da HBO. Foi por este papel que ela recebeu o Emmy Award e o Globo de Ouro de Melhor Atriz em Filme ou Minissérie para TV. 
As expressões que mesclam alívio e tristeza no semblante da viúva Cora Seaborne são finamente vivificadas pela atriz. Depois da morte do marido controlador, Cora se muda da metrópole com Francis, o filho obsessivo e curioso, e a babá do garoto, Martha, esperando que a mudança de ambiente e ar puro sejam um refúgio.
Além da centralidade da trama na personagem de Cora, a tal serpente do título também ronda como alimento para a imaginação das audiências. Ao se instalarem nesse novo lugar, porém, Cora fica sabendo de boatos sobre a Serpente de Essex. Seria uma criatura mítica que, no passado, segundo reza a lenda local, vagava pelos pântanos ceifando vidas, e que agora teria voltado para aterrorizar a paróquia costeira de Aldwinter. 
Apesar de naturalista amadora sem paciência para superstições, Cora se encanta pela história, convencida de que o monstro descrito pela população é, somente, uma espécie ainda não conhecida. À medida em que ela vai percorrendo os caminhos das descobertas, conhece o vigário William Ransome, um homem incrédulo e desconfiado que teme que as invenções e as fantasias que se espalham distraiam as pessoas do “verdadeiro caminho da fé”.
Enquanto William tenta acalmar seus fiéis, ele e Cora procuram descobrir a verdade por trás do mito e, embora completamente diferentes, estabelecem uma relação intensa e surpreendente na mesma medida. 
Sarah Perry já ganhou o Waterstones Book of the Year Awards e o British Book Awards e foi indicada para outros prêmios literários, incluindo o Women’s Prize for Fiction, o Dylan Thomas Prize, o Folio Prize e o Costa Book Awards.

 


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