Sandra Bullock e animação do Oscar

Sandra Bullock e Channing Tatum são as principais estrelas de uma das estreias dos cinemas nesta quinta-feira: “Cidade Perdida”. Mas ao lado deles também surgem outros nomes fortes das telas, como Daniel Radcliffe, o eterno ator de “Harry Potter”, e o galã incansável Brad Pitt. Para os amantes de aventura envolvendo um toque de drama, romance e ação na selva, o filme dirigido pelos irmãos Adam e Aaron Nee vem com um tempero à medida deste gosto.

Na tela, a brilhante, porém reclusa autora Loretta Sage, vivida por Sandra Bullock, é especialista em escrever sobre ambientes exóticos em seus romances populares de aventura. As capas destes livros estampam a imagem do modelo Alan, interpretado por Tatum, que tem personificado o personagem herói conhecido como “Dash.” E é enquanto promovem o novo livro de Loretta que ela é raptada por um bilionário excêntrico, que coloca em cena o talento do jovem que já virou adulto, Daniel Radcliffe. O objetivo do sequestro é que Loretta o guie ao tesouro da cidade perdida descrita em seu livro recente. Com locações feitas na República Dominicana, a trama remete às já conhecidas propostas cinematográficas no estilo busca-do-tesouro-comaventura-e-romance. Talvez o cômico e o romântico desta proposta dos irmãos Nee ganhem força com a agilidade do roteiro que leva a personagem de Tatum em uma trajetória de provar que é possível ser um herói na vida real. Daí em diante é deixar-se levar pela aventura épica na selva que brinca com os clichês dos filmes de aventura, das comédias românticas e das produções que flertam com o humor. 

Já para os interessados em inovação, ousadia e dramaticidade mais conectada com o mundo real, a animação dinamarquesa “Flee – Nenhum Lugar Para Chamar de Lar” pode ser boa opção nas telonas a partir
de hoje. Indicada em três categorias no Oscar 2022, a produção dirigida por Jonas Poher Rasmussen, concorreu a Melhor Animação, Melhor Documentário e Melhor Filme Internacional. “Flee” acompanha Amin
Nawabi, enquanto ele lida com um segredo doloroso o qual manteve escondido por 20 anos e que ameaça inviabilizar a vida construída para si e para quem ele ama. Contado através da animação por Rasmussen, o longametragem revela a história de uma jornada extraordinária da criança refugiada do Afeganistão. Com traços dramáticos e usando elementos tecnológicos que o fazem crescer muito na estética de produção e auxiliam na narrativa, o longa tem a capacidade de manter a atenção da audiência, nas inúmeras variações da trama.

Para se ter ideia da força da produção, nos últimos anos apenas dois longas foram nomeados em duas categorias no Oscar. Em 2020, “Honeyland” foi o primeiro filme a ser indicado como Melhor Longa Internacional  e Melhor Documentário, e, em 2021, “Collective” também foi indicado em ambas categorias. “Flee” é o primeiro a conquistar indicação tripla. Desde a introdução da categoria de Melhor Filme de Animação, apenas uma produção realizada em outro idioma que não o inglês venceu: “A Viagem de Chihiro”, de 2001, dirigida por Hayao Miyazaki.