“Sergio” e “Abe” entram no streaming

“Sergio” e “Abe” entram no streaming

Reconhecido como personagem carismático e complexo, o diplomata Sergio Vieira de Mello, vivido pelo ator Wagner Moura, está disponível na grade de programação da Netflix

Marcos Santuario

Wagner Moura interpreta Sergio Vieira de Mello em série disponível na Netflix

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Quando o filme foi apresentado, pela primeira vez na edição 2020 do Festival de Sundance, nos EUA, Wagner Moura confirmou que “Sergio” faz parte de um projeto seu de produzir filmes sobre figuras latinas sem reproduzir estereótipos. Ele, que viveu Pablo Escobar, no seriado da plataforma de streaming Netflix, já defendeu publicamente que até o seriado sobre o chefão do tráfico colombiano teve “uma grande importância política". Falamos sobre isso, entre outras coisas, em 2013, quando ele foi homenageado no Festival de Cinema de Gramado e me contou sobre seus planos futuros. No olhar do ator/diretor o grupo latino tem sido o mais sub-representado em Hollywood, não apenas no porcentual de atores na tela, mas na maneira como suas histórias são contadas. E é neste sentido que uma vida intensa e marcante como a de Sergio só poderia render produtos audiovisuais com grande possibilidade de encantar audiências. Ele viveu momentos intensos, negociando habilmente com presidentes, revolucionários e criminosos de guerra para proteger a vida de pessoas comuns. Isso tudo está impresso no personagem e vivido pela interpretação marcante de Wagner Moura. Mas, como se trata de ficção, baseada em uma vida, há escolhas de narrativas e recortes na história do diplomata.

Ganha força, por exemplo, a afetividade e o relacionamento amoroso. O romance está no ar. “Sergio” mostra como o profissional da diplomacia se prepara para uma vida simples com a mulher que ama (vivida pela linda Ana de Armas), assumindo a que deveria ser sua última missão - em Bagdá, recém-mergulhada no caos após a invasão americana. “Sérgio” surge como uma obra audiovisual que se concentra nos últimos anos da vida do diplomata, o brasileiro que era conhecido simplesmente pelo nome do título do filme no círculo diplomático. 

A linha do tempo da elaboração do filme inicia quando Wagner Moura lê o livro de Samantha, assiste ao documentário de Baker (que já tinha o direito sobre a história), e entra em contato com o diretor, que também queria fazer um novo filme. A partir daí acontece o contato com os filhos de Sérgio, que vivem em Genebra, e com Carolina, que hoje mora no Rio e é professora universitária. Nem a disputa de narrativas que Moura revelou existir em relação à vida do diplomata, deteve o projeto, que, inteligentemente está baseado sobretudo no livro de Samantha e em outras pesquisas. O resultado agradou os realizadores, que confessaram ter o desejo de, com a obra, falar sobre empatia, com um personagem que, especialmente para Moura, “foi um dos últimos grandes líderes mundiais a ter essa característica”.

Já a comédia dramática “Abe” tem direção de Fernando Grostein Andrade e o elenco mescla nomes nacionais e internacionais: Noah Schnapp (da bombada série “Stranger Things”), Seu Jorge, Mark Margolis, Dagmara Dominczyk, Gero Camilo, Victor Mendes, Ildia Silva, entre outros. No filme, Abe é um menino de 12 anos, que mora no Brooklyn, Nova Iorque. Com a mãe judia de origem israelense e o pai palestino de origem muçulmana, o jovem é apaixonado por gastronomia e se dedica como aprendiz de um chefe de cozinha brasileiro. Para ele, a culinária tem o poder de unir e encantar as pessoas, principalmente, sua família.

Os dois títulos que estão disponíveis no streaming têm edições assinadas pela cineasta brasileira Claudia Castello, uma das mais importantes montadoras do cinema de Hollywood e carrega na bagagem produções como “Pantera Negra”, um dos maiores blockbusters da Marvel, e “Creed: Nascido Para Lutar".


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