Suposto grupo integralista reivindica autoria em ataque ao Porta dos Fundos

Suposto grupo integralista reivindica autoria em ataque ao Porta dos Fundos

Caso pode ser enquadrado na lei antiterror

AE

Produção do Porta dos Fundos que apresenta Cristo gay causou polêmica

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A Polícia Civil do Rio de Janeiro investiga a participação de um grupo que se diz integralista no atentado contra a sede da produtora do canal Porta dos Fundos. Nessa quarta-feira, os integrantes desse grupo divulgaram um vídeo com imagens do ataque no YouTube. O jornal O Estado de S. Paulo confirmou que as imagens são da ação contra a produtora.

No vídeo, integrantes do grupo que se autodenomina Comando de Insurgência Popular Nacionalista da Grande Família Integralista Brasileira aparecem mascarados e leem um manifesto enquanto imagens do ataque com coquetéis Molotov são exibidas. A filmagem é feita por uma câmera que acompanha a ação. São três os homens que jogam os coquetéis e um que filma. O mesmo grupo teria feito um ataque na Universidade Federal do Estado do Rio (Unirio), em Botafogo, no fim do ano passado, queimando bandeiras e faixas antifascistas.

A polícia examina essas imagens e outras de câmeras de segurança que registraram o atentado contra a produtora, no Humaitá, no Rio. O vídeo das câmeras de segurança mostra o momento em que pelo menos três pessoas — duas em uma caminhonete, uma em uma motocicleta — participaram do ataque à fachada do prédio, com duas bombas incendiárias, às 4h da véspera de Natal. Ninguém foi ferido, e o fogo foi apagado por um segurança do prédio.

"O Porta dos Fundos condena qualquer ato de violência e, por isso, já disponibilizou as imagens das câmeras de segurança para as autoridades", informou na quarta-feira o grupo em nota. O texto afirma ainda que o Porta espera que os responsáveis pelos ataques "sejam encontrados e punidos".

O caso está sob investigação da 10.ª DP (Botafogo) como crime de explosão. O ataque pode ainda ser enquadrado na lei antiterror, que define como terrorismo o ato de usar explosivo "por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião" com a finalidade de "provocar terror social".

Polêmica

O canal de humor virara alvo de críticas desde o lançamento do especial de Natal "A Primeira Tentação de Cristo", na Netflix. A produção mostra um Cristo gay, interpretado por Gregório Duvivier, com um namorado. O personagem é surpreendido por uma festa, em que é revelado que ele é Filho de Deus e fora adotado por José e Maria. Um abaixo-assinado online pediu a retirada do programa da Netflix. No dia 19, a Justiça do Rio negou liminar a um pedido de uma associação religiosa para que programa fosse removido do site.


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