"Talvez 'O Irlandês' seja o último filme que farei", diz Martin Scorsese
Filme estreou na Netflix em novembro
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O diretor Martin Scorsese revelou que "O Irlandês" pode ter sido seu último filme. Em entrevista ao The Guardian, o cineasta contou que a decisão se dá por conta pela falta de espaço em salas de cinema, tão dominadas por filmes de super-heróis.
"Obviamente, nós discutimos muito sobre isso, que os cinemas estão sendo comandados por filmes de super-heróis. Apenas pessoas voando, batendo e esmagando, e tudo bem se você quiser ver isso. Só que não está havendo espaço para outro tipo de produção. Não sei quantos mais poderei fazer, talvez acabe aqui", lamentou.
"Então, a ideia era pelo menos terminá-lo e exibir por um dia no National Film Theatre (cinema britânico), talvez um dia na Cinèmathèque em Paris. Não estou brincando", disse sobre "O Irlandês, que foi indicado, recentemente, ao Globo de Ouro e o SAG Awards de 2020, e deve estar entre as principais categorias do Oscar.
Antes mesmo do lançamento de "O Irlandês", Scorsese já havia criticado as super produções do Universo Cinematográfico Marvel, os comparando com parques de diversões.
Na publicação, o diretor ainda agradeceu o apoio que recebeu da Netflix para realizar "O Irlandês". "A realização foi, de certa forma, fatídica. Fomos abençoados com o apoio financeiro e criativo da Netflix e parecia fluir assim que começou. Fomos capazes de experimentar mais - estilo narrativo, estilo visual, duração", contou.
"As pessoas pensam: 'Oh, são apenas velhos amigos se reunindo e saindo.' Não era exatamente assim. Era algo que simplesmente tínhamos que fazer. E nunca esperei que fosse recebido dessa maneira. Você sabe, estamos no fim de nossas vidas e apenas fazemos o melhor que podemos. E se tocar um acorde, e se as pessoas o abraçarem - isso é maravilhoso", complementou.
O cineasta ainda comentou sobre a inspiração que "Coringa" teve em seus filmes. "Fiquei fascinado pelo fato de que é inspirado em 'Rei da Comédia' e 'Taxi Driver'. Especialmente 'Rei da Comédia' pois sempre acreditei que o único lugar em que ele fosse querido era a Grã Bretanha."
