Temporada de solos teatrais começa nesta sexta-feira

Temporada de solos teatrais começa nesta sexta-feira

Projeto de Nelson Barkerville, ‘(das) tripas (coração)’ faz seis apresentações on-line

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Com a direção de Nelson Baskerville, as atrizes Carolina Borelli, Estrela Straus, Júlia Ianina, Ligia Fonseca, Maria Eduarda Pecego, Pri Calazans e Tamara Maria Cardoso, e o ator Ricardo Nash trazem suas questões mais íntimas e urgentes em solos teatrais on-line criados no isolamento de suas casas, durante a pandemia. A curtíssima temporada on-line de “(das) tripas (coração) - solos em confinamento” tem início hoje e segue até 13 de junho, com apresentações às sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 19h. No final da primeira sessão, hoje à noite, o público é convidado para um bate-papo com a equipe. Ingressos na plataforma Sympla.
Algo em comum parece estar em ebulição entre essas oito criações: a vida em seus pequenos detalhes contrastada com a urgência da morte. É uma crônica desse confinamento interminável, com tudo que mais grita dentro de cada um destes artistas. Tripas e coração emaranhados como raízes, trazendo à tona a crueldade humana e a falta de comunicação. Buscam o luto e as relações atávicas para entender e, por que não, mudar esse mundo. Os ensaios aconteceram de forma virtual durante meses e a estreia da primeira temporada foi em outubro de 2020. “Minha provocação aos artistas foi a criação de uma grande crônica do isolamento. Artistas criando a partir de suas próprias experiências, feridas e cicatrizes em situação de mergulho dentro de suas próprias almas”, detalha Nelson sobre o processo de criação. Os solos acontecem ao vivo, um seguido do outro, totalizando duas horas de apresentação via Sympla Streaming, nesta ordem: o primeiro solo é “Barba Azul”, de Ligia Fonseca. A peça se passa em programa de culinária na TV, no qual a apresentadora começa a contar, pelos ingredientes e modo de preparo da receita, a história ancestral “barba azul”. Trata-se de um pano de fundo para revelar uma relação de abuso sofrida por ela. O próximo solo é “Maria Velata”, de Maria Eduarda Pecego. Uma Maria dentre tantas da mesma família que, em comum com as outras, tem o silenciamento da voz e do corpo nesse mundo onde reina o patriarcado. 
“Nomes Sobre Mim”, de Ricardo Nash, trata bullying na escola e seus possíveis desdobramentos, quando aquele que sofreu bullying se torna adulto e pai. O autor/ator revisita momentos da infância e juventude e traz a relação com seu pai e sua mãe. “Eu sou negra?”, de Pri Calazans, mostra uma breve melancolia da avó paterna e sobretudo das dores guardadas dentro de gavetas reabertas na pandemia. É um resgate da existência pelo pensamento espirituoso de uma avó que odiava preto.
“Cortei o Dedo”, de Tamara Maria Cardoso, conta memórias de infância, temperadas com sentimentos e angústias, onde o estado de confinamento é a única opção de liberdade. “A vida é sonho ou o contrário?”, de Júlia Ianina, mostra uma noite na qual a atriz relata o luto pela perda da mãe em confinamento.
“Romã”, de Carolina Borelli, trata de uma mulher que converte a memória em corpo que sangra e dança, na tentativa de reconciliação com a maternidade. Em “Mãe, eu sobrevivi!!!”, Estrela Straus chega aos 36 anos, a mesma idade com a qual sua mãe se jogou da janela do seu apartamento, no dia seguinte ao seu aniversário. 


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