‘Tenet’ quer inverter tempo no cinema

‘Tenet’ quer inverter tempo no cinema

Novo filme do diretor Christopher Nolan teve estreia adiada em função da pandemia do covid-19

Marcos Santuario

Mescla de ação e ficção científica, ‘Tenet’ é a nova aposta do mesmo diretor de ‘A Origem’, ‘Dunkirk’ e outros

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Vá com muita disposição e com uma ponta de paciência para mergulhar na trama de “Tenet”, o aguardado filme do cineasta britânico Christopher Nolan que estreia hoje em salas de cinema do país. No topo da lista dos mais bem sucedidos diretores no universo comercial de Hollywood, Nolan reuniu nomes como John David Washington (o filho do Denzel Washington), Robert Pattinson, Elizabeth Debicki, Dimple Kapadia, Aaron Taylor-Johnson, Clémence Poésy, Michael Caine e Kenneth Branagh para colocar na tela a força narrativa da temática da inversão temporal.

Sem a pretensão de ser cientificamente preciso, o trabalho se centra em uma ideia: se você pudesse inverter o fluxo de entropia para um objeto, você poderia reverter o fluxo de tempo. Apesar de parecer complexo, na ação real trata-se de um personagem tentando salvar o mundo. Embrenhado em um obscuro mundo de espionagem internacional o protagonista sem nome vivido por Washington é a linha que une passado, futuro e presente, não necessariamente nesta ordem.

Aos 50 anos, Nolan já mostrou sua capacidade de atrair audiências com “A Origem”, três produções de “Batman” (2005, 2008 e 2012), “Interestelar”, “Dunkirk”, “Insônia” e “Amnésia” vai revelando seu fascínio pelo tempo e pela complexidade de sua narrativa. Ao flertar com a ideia de inverter o tempo, algo que não está fora do reino das possibilidades para os físicos modernos, o diretor “sabia que concretizar sua visão exigiria um conjunto de regras que não era tão simples quanto reverter a câmera ou filmar de trás para frente”.

Para chegar aos resultados desejados levando a história para a tela do cinema, Nolan utilizou uma mistura de Imax e 70mm, tudo embalado por uma trilha sonora que se destaca. Quem assina o projeto sonoro é o compositor sueco Ludwig Göransson, reconhecido por ter participado da composição dos filmes “Fruitvale Sation”, a franquia “Rocky”, “Creed” e “Creed II”, “Venom”, e o aclamado “Pantera Negra”. Junte-se a isso uma necessária variedade de técnicas: desde atores e dublês fazendo cenas de luta e correndo e caminhando em direções diferentes, até veículos conduzidos para frente ou para trás em várias configurações. Também os cenários se destacam em alguns momentos da trama, indo de hangar de aeroporto até semi deserto explosivo. Passando por águas límpidas e ambientes suntuosos. No total, foram utilizadas locações de sete países espalhados pelo mundo, compondo a ambiciosa narrativa de Nolan que transcende tempo e espaço.

Não há dúvida de que se trata de um daqueles filmes feitos para ser visto na maior tela possível. Melhor ainda com os recursos de salas Imax, em que som e imagem ganham intensidade. E o próprio Nolan explica, ao apresentar a produção: “A grande beleza da câmera é que ela realmente vê o tempo. Antes de a câmera de cinema existir, não havia como as pessoas conceberem coisas como câmera lenta ou câmera reversa. Então, o cinema em si é a janela para o tempo que permitiu que este projeto se concretizasse. É um projeto que só existe porque a câmera de cinema existe”.


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