Thriller psicológico "Todos lo Saben" decepciona em Cannes
Filme abriu a maratona de exibições do Festival
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No novo formato do Festival de Cannes, a imprensa, que antes via os filmes antecipadamente, agora tem de vê-los com o público, mas não na mesma sala. A primeira experiência ocorreu na noite de terça-feira com o thriller em língua espanhola do iraniano Asghar Farhadi. Mas, para chegar a Todos lo Saben, foi preciso passar pela cerimônia de abertura. Foi a mais inesperada de todas, em muito tempo. Edouard Baer foi o apresentador, e escreveu os próprios textos.
O 71º festival homenageia, no cartaz, Jean-Luc Godard e seu Pierrot le Fou, que passou no Brasil como O Demônio das Onze Horas (1965). Baer colocou no telão um diálogo de Pierrot e Marianne, Jean-Paul Belmondo e Anna Karina - ela estava na plateia. Ambos conversam sobre o que se pode, ou não, fazer. Baer transformou a conversa numa meditação sobre os rumos do cinema. Foi muito aplaudido. Ele chamou o delegado-geral Thierry Frémaux, o homem que organiza a seleção oficial, para apresentar o júri.
A presidente Cate Blanchett teve direito a um clipe que fez a síntese de sua carreira. O recorte privilegiou certas atitudes feministas da atriz - agradecendo prêmios da Academia, por exemplo. A representatividade das mulheres na indústria foi tema da coletiva do júri. São nove integrantes, quatro mulheres, quatro homens, mais a presidente, um escore de 5 a 4 para elas.
Cate enfatizou a importância desse momento como marco da luta por igualdade na indústria. Mas a pergunta mais interessante não foi sobre questões de gênero, nem sobre uma eventual Palma de Ouro de gênero, já que, entre 21 filmes concorrentes, apenas três são dirigidos por mulheres.