Turnê de Maria Bethânia e Zeca Pagodinho chega a Porto Alegre nesta quarta

Turnê de Maria Bethânia e Zeca Pagodinho chega a Porto Alegre nesta quarta

Unidos pelo samba, artistas apresentam “De Santo Amaro a Xerém” no Auditório Araújo Vianna

Luiz Gonzaga Lopes

Unidos pelo samba, artistas apresentam “De Santo Amaro a Xerém” no Auditório Araújo Vianna

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Há dois anos, o destino ou alguém lá de cima juntou Maria Bethânia e Zeca Pagodinho, para a gravação do CD/DVD "O Quintal do Pagodinho", quando a cantora baiana e o sambista fluminense cantaram juntos “Sonho Meu”, de Dona Ivone Lara. A parceria foi adiante e, no primeiro semestre deste ano, eles dividiram o palco pela primeira vez na turnê “De Santo Amaro a Xerém”, que teve lotação esgotada nas seis capitais por onde passou - Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Salvador, Belo Horizonte e Brasília.

No sábado passado, em Brasília, foi dada a largada para a retomada do espetáculo que marca o lançamento do CD e DVD homônimo, gravado no Citibank Hall em São Paulo, pela gravadora Biscoito Fino. Depois de Brasília, é Porto Alegre a próxima cidade a receber esta união do destino. Os dois artistas se apresentam na capital gaúcha nesta quarta-feira, às 21h, no Auditório Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, 685). Os ingressos custam entre R$ 120 e R$ 490 e estão disponíveis pelo site e nas bilheterias do Teatro do Bourbon Country (Tulio de Rose, 80). Após Porto Alegre, a turnê segue por São Paulo (08/12), Rio de Janeiro (15/12), Maceió (18/1) e Salvador (26/1).

O batismo do show evoca o local de nascimento de Bethânia, Santo Amaro da Purificação (BA), e o local onde Pagodinho passa a maior parte do tempo, no seu sítio, em Xerém (RJ). “Quando marcamos os shows, conversamos sobre o que nos une. O samba de roda da Bahia, o samba do Rio, o gosto musical de cada um. Ele é um extraordinário intérprete do samba bem construído baiano. Falamos do que unia Santo Amaro e Xerém, Portela, Mangueira, porque para fazer show juntos tem que ter um sentido. Fazer uma música é uma coisa e um espetáculo em dupla é diferente”, revela Bethânia em material divulgado pela assessoria de imprensa. “Eu nunca poderia imaginar que isto aconteceria um dia comigo. Eu estar ao lado da Maria Bethânia, em um palco junto com ela. Sei lá, é coisa feita. Tem Deus na parada”, destaca Zeca Pagodinho em entrevista curta, por telefone, para o Correio do Povo (nesta segunda, ela estava um pouco rouco, mas garante que estará inteiro na quarta-feira).

Bethânia explica como foi a primeira vez na casa de Pagodinho: “Fui à casa dele porque eu precisava ouvi-lo falar, dizer do que gosta e o que ele estava com vontade de fazer. Sabia que ele gostava do meu trabalho. Me impressionou o conhecimento dele do cancioneiro brasileiro, a família dele é toda de músicos. E ele cantarolou algumas coisas e falou da paixão por Silvio Caldas, paixão comum. Insisti para que ele cantasse ‘Chão de Estrelas’ que está no show com o registro lindo que ele faz”. “É muito legal essa amizade musical e pessoal com a Bethânia. Estou sendo outro Zeca. Me instigou a cantar outras músicas. Nas duas vezes que ela foi lá em casa, a gente conversou bastante, ela sorriu bastante. Eu falei para ela que estava nervoso e ela disse para eu deixar disto. Os shows têm sido bacanas. O DVD está muito bacana. Aprendi a me soltar mais ainda com ela, a me divertir e é isto que a gente faz no palco. O público sente isto”, completa Zeca.

O repertório do show, que tem em torno de 1h45min de duração, tem grandes momentos da música brasileira em duo, como “Você Não Entende Nada” (de Caetano Veloso), “Cotidiano” (Chico Buarque) e mais quatro músicas especiais para este show: “A Surdo 1”, de Adriana Calcanhoto sobre a Mangueira, escola do coração de Bethânia (Zeca é portelense); duas de Leandro Fregonessi, “De Santo Amaro a Xerém” e “Pertinho de Salvador”, e a música de abertura “Amaro Xerém”, um autêntico samba de roda da Bahia escrito por Caetano Veloso a pedido de Bethânia, após mais de duas décadas sem fazer uma canção para ela. “Por essa luz eu disparo / Sem repetir nehémnhémnhém / O Brasil é que é meu faro / Levaremos tudo além / É no samba que eu preparo / De Xerém a Santo Amaro / De Santo Amaro a Xerém...”, diz a letra.

Quando estão cantando sozinhos, os dois percorrem rumos diferentes. Cada um abre sua parte solo com um clássico: Zeca com “A Voz do Morro” (Zé Kétti) e Bethânia com “Falsa Baiana” (Geraldo Pereira). Outras belezas passam pelo repertório como “Negue” (Adelino Moreira e Enzo Almeida Passos), “Reconvexo” (Caetano Veloso) e “Ronda” (Paulo Vanzolini), na voz de Bethânia; e “Coração em Desalinho” (Monarco e Ratinho), “Não Sou Mais Disso” (Zeca Pagodinho e Jorge Aragão), “Vai Vadiar” (Monarco e Ratinho), entoadas por Zeca.

Eles também homenageiam as escolas de samba de preferência. Bethânia vibra com a Mangueira em “Atrás da Verde-e-Rosa Só Não Vai Quem já Morreu” (David Correia, Paulinho Carvalho, Carlos Senna e Bira do Ponto) e “Exaltação à Mangueira” (Enéas Brites da Silva e Aloísio Augusto da Costa). Já Zeca exulta ao cantar a sua Portela, com “Portela na Avenida”(Mauro Duarte e Paulo César Pinheiro), e “Foi um Rio que Passou em Minha Vida” (Paulinho da Viola). “Sei que o Rio Grande do Sul tem boas escolas de samba, mas não visitei nenhuma quadra ainda. Conheci sambistas muito bons do Sul, Joãozinho Sete Cordas, Maria Helena (Montier), entre outros. Fiz muito show no Gigantinho, no passado”, aponta Zeca, sobre a sua ligação com o RS.

O show tem direção musical de Jaime Alem (violão) e Paulão Sete Cordas (violão) e a banda é formada pelos dois músicos, mais Rômulo Gomes (baixo), Paulo Dafilin (violão e viola), Marcelo Costa (bateria/percussão), Jaguara (percussão), Esguleba (percussão), Paulo Galeto (cavaquinho) e Vitor Mota (sax e flauta). A luz é de Maneco Quinderé e os figurinos são assinados por Gilda Midani (Bethânia) e Juliana Maia (Zeca).

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