Unesco declara rumba e merengue Patrimônio Imaterial da Humanidade

Unesco declara rumba e merengue Patrimônio Imaterial da Humanidade

Instituição também concedeu o título às festas das Fallas de Valência e à cultura da cerveja na Bélgica

AFP

Rumba, uma mistura festiva de dança e música, surgiu nos bairros pobres de Santo Domingo, na República Dominicana

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A rumba cubana e o merengue da República Dominicana foram inscritos nesta quarta-feira na lista do Patrimônio Cultural Imaterial da Unesco, anunciou a organização. As festas das Fallas de Valência, na Espanha, que comemoram a chegada da primavera, e a cultura da cerveja na Bélgica também estão no documento, aprovado por um comitê intergovernamental reunido desde segunda-feira em Adis Abeba, capital da Etiópia. As nomeações garantem uma maior notoriedade ao patrimônio cultural imaterial e contribui para que se tome uma maior consciência sobre a sua importância.

A delegação de Cuba dedicou o reconhecimento da rumba à memória do líder da Revolução cubana, Fidel Castro, morto na sexta-feira aos 90 anos. "A rumba em Cuba, com suas canções, movimentos, gestos e sua música é uma expressão de resistência e de autoestima, que evoca a graça, a sensualidade e a alegria de conectar pessoas", resume a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura em um comunicado.

O novo patrimônio é, ainda, "um instrumento de sociabilidade que enriquece a vida das comunidades que o praticam", aponta o comunicado. A rumba, uma mistura festiva de dança e música, surgiu nos bairros pobres da capital e está ligada à cultura africana, mas também possui alguns elementos característicos da cultura antilhana e do flamenco espanhol, segundo a Unesco.

Ainda no campo da música e da dança, o merengue da República Dominicana foi reconhecido como "parte integrante da identidade nacional" de um país que, desde 2005, lhe dedica um dia nacional.  A "prática tradicional", que atrai pessoas de "diferentes origens sociais e econômicas," desempenha "um papel ativo em vários aspectos da vida cotidiana", da "educação aos encontros sociais e eventos festivos, passando pelas campanhas políticas", afirmou a entidade, com sede em Paris.

Bonecos gigantes e cerveja

As Fallas de Valência, uma das festas mais populares da Espanha, foram também consagradas na lista. Todos os anos entre os dias 14 e 19 de março, bonecos gigantes de madeira e papelão de até 30 metros de altura invadem todos os cantos de Valência e povoados da região. As Fallas são "um motivo de orgulho para as comunidades e contribuem para construir sua identidade cultural e coesão social", disse a Unesco.

Sua escolha foi recebida com orgulho pelos responsáveis da celebração. "É bonito, no sentido de que se reconhece finalmente todo o conjunto do que significa a festa", disse Ximo Esteve, vice-mestre maior da associação de artistas falleros de Valência. A festividade, cujas origens remontam ao século XVIII e que sobreviveu a momentos de censura, atrai mais de um milhão de visitantes, um número que os organizadores esperam que aumente com o reconhecimento da Unesco.

A tradição cultural cervejeira belga também entrou na prestigiosa lista. De acordo com a Unesco, esta "desempenha um papel importante tanto na vida diária como nos eventos festivos". Ao apresentar sua candidatura, Bruxelas argumentou que "fabricar e apreciar a cerveja", com seus mais de 1.500 tipos diferentes, "faz parte do patrimônio cultural vivo de uma grande parte de comunidades de toda a Bélgica".

Entre os outros escolhidos estão também os 24 períodos solares do calendário chinês e a festa "Mangal Shobhajatra", com a que se comemora o Ano Novo em 12 países, incluindo Bangladesh e Índia. A análise de um total de 37 candidaturas continua nesta tarde e na quinta-feira. O festival de El Callao da Venezuela e a charreada do México são alguns dos candidatos.

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