Por que, em pleno século XXI, milhões de pessoas ainda estão fora da escola?
Por Felipe Homem, Mestre em Administração e diretor da Escola Técnica Fundatec
publicidade
Apesar de décadas de esforços globais para universalizar o acesso à educação, um relatório recente da Unesco revela que 251 milhões de crianças e jovens permanecem fora das salas de aula. Entre os fatores que perpetuam essa exclusão educacional, destacam-se a pobreza, conflitos armados, discriminação de gênero e deficiências físicas ou mentais. A pandemia de Covid-19 agravou ainda mais essa situação, interrompendo a educação de milhões e expondo a fragilidade dos sistemas educacionais em todo o mundo.
No Brasil, embora tenhamos avançado na ampliação do acesso à educação, desafios significativos persistem. Regiões rurais e comunidades indígenas enfrentam barreiras adicionais, como a falta de infraestrutura adequada e a escassez de profissionais qualificados. É preocupante a alta taxa de analfabetismo funcional entre adultos. Muitos conseguem ler e escrever, mas não compreendem textos complexos nem realizam cálculos básicos necessários para atividades cotidianas e profissionais.
Além disso, a evasão escolar, muitas vezes motivada por condições socioeconômicas adversas, continua a ser um obstáculo para a universalização do ensino e isso impacta diretamente o mercado de trabalho pela falta de profissionais qualificados. Esse déficit educacional compromete a produtividade do país e limita oportunidades de ascensão social.
Para reverter esse cenário, é imperativo que governos, sociedade civil e iniciativa privada unam esforços em prol de políticas públicas eficazes. Investimentos em infraestrutura escolar, formação continuada de professores e programas de inclusão digital são medidas essenciais. É fundamental promover campanhas de conscientização que reforcem a importância da educação como direito básico e ferramenta de transformação social.
Somente com um compromisso coletivo e ações concretas poderemos garantir que ninguém seja privado do direito de aprender. Afinal, qual futuro queremos construir se deixamos milhões sem acesso ao conhecimento?