Califórnia em chamas

Califórnia em chamas

Situação grave que atinge o estado americano reflete o impacto das questões ambientais

Renato Rossi

publicidade

O estado da Califórnia queima. Mas isto não constitui uma surpresa. O clima saiu do controle humano, e agora resta apagar incêndios e reduzir o impacto das catástrofes climáticas. Mas a Califórnia sintetiza a maior contradição. Do estado evoluído culturalmente, economicamente, inovador e com leis rígidas de proteção ambiental. A Califórnia foi imortalizada em tantas músicas evocativas como “I left my heart in San Francisco” (deixei meu coração em São Francisco), que cantava emocionado Tony Bennet. Na era hippie, os The Mamas and Papas cantaram “California Dreamin”.

Afinal, o sonho da vida livre das regras do capitalismo consumista morava em São Francisco. Nas ruas de São Francisco, em 1968, um Mustang GT fastback com o detetive Bullitt ao volante era perseguido por assassinos da máfia a bordo de um Dodge Charger RT. O Mustang venceu, e os mafiosos capotaram e explodiram. Nos meses após o filme “Bullitt”, o Mustang vendeu centenas de milhares de unidades nos Estados Unidos. O grande ator Steve McQueen, que viveu o personagem Bullitt, foi para a glória. E em 2018, a Ford lançou o Mustang Bullitt para celebrar a lenda do cinema.

Hoje, dificilmente, haveria uma perseguição que passaria pelas rodovias próximas a São Francisco. Elas queimam. As temperaturas estão mais intensas no verão americano. O calor sem tréguas potencializa a vegetação seca, gerando os incêndios. O fogo se aproxima de São Francisco depois de queimar milhões de hectares na Califórnia. Mas nesta semana os táxis autônomos da Waymo, uma divisão do Google, buscaram passageiros em casa. A Inteligência Artificial os guiou. E milhares de carros autônomos, em no máximo cinco anos, tornarão o trânsito seguro, elétrico e sustentável. Antes, infelizmente, o mundo e a Califórnia têm que apagar os incêndios.

 


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895