Eletrificação e domínio de mercado

Eletrificação e domínio de mercado

Volvo, da chinesa Geely, quer sua produção até 2035 voltada aos elétricos

Renato Rossi

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O novo CEO e presidente da Volvo Cars, Jim Rowan, deu declarações à imprensa europeia na quarta-feira, enfatizando que só há um caminho para a Volvo que é a total eletrificação de sua produção até 2035. E Rowan criticou as montadoras que desejam chegar rápido à eletrificação, mas também querem continuar na produção de veículos movidos a petróleo. 

Diversos executivos do Grupo Volkswagen discordam do prazo de 2035 para encerrar o carro a petróleo. O mesmo acontece na Stellantis, onde o CEO, Carlos Tavares, solicita uma janela a partir de 2035 para a continuidade da produção de motores a combustão. Ele fala em mercados que podem não aceitar a eletrificação. Estas discordâncias contrariam a Comissão Europeia que determinou o fim do “ronco do motor” para 2035. O prazo limite deve ser confirmado pelo Parlamento Europeu no segundo semestre. 

Em sua crença absoluta no elétrico, Rowan esqueceu que a opção pelo elétrico não é dos suecos, mas dos chineses da Geely, marca proprietária da Volvo. O Partido Comunista está interessado no destino e bem-estar de 1,4 bilhão de chineses, num país assolado pela poluição ambiental. A política de eletrificação de todas as montadoras reduzirá drasticamente os níveis de poluição na China. E o governo subsidia as principais fabricantes e as estimula a investirem em projetos promissores de eletrificação.

Então, a China é o “pêndulo” na transição da combustão para a eletricidade. Mas primeiro terá que abandonar o carvão, gerador da energia que move a sua economia. A política do Estado autoritário para a qual a Volvo-Geely e todas as marcas se submetem têm outro objetivo: o domínio do mercado automotivo global através do elétrico. Num negócio de muitos.

 


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