Emoção e tristeza

Emoção e tristeza

Ford fecha suas fábricas no Brasil, depois de uma história de sucesso de vários veículos.

Renato Rossi

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Uma verdade: a Ford é uma marca histórica e séria. Que no Brasil produziu bons carros como o Escort, Ranger, Focus, Fiesta e Ka, entre outros. A Ford sempre foi a “quarta potência” que nunca ameaçou as líderes do mercado brasileiro. Mas teve pico de grande sucesso nas vendas sempre em alta do Focus, produzido na fábrica de General Pacheco, na Argentina, e exportado para o Brasil a partir de 2000. Com uma sofisticada suspensão independente na traseira, o Focus era um autêntico Ford no equilíbrio dinâmico e excelente dirigibilidade. Marcou época e ainda mantém alto preço de revenda.

Fica difícil o distanciamento para quem vivenciou a Ford intensamente nas últimas três décadas. Como na visita realizada por um grupo de jornalistas à sede da Ford em 1998 para conhecer a lendária fábrica de River Rouge, onde Henry Ford deflagrou a grande revolução do automóvel, que ganhou a linha de montagem. O encontro com o mito Alexander Trotman, aquele ás da força aérea inglesa que se tornou o primeiro presidente estrangeiro da marca, a partir de 1998. Foi Trotman que implementou o primeiro plano global da Ford, em 2000, que visou unificar e consolidar manufatura, marketing e desenvolvimento de produto nas unidades industriais no mundo, com reflexos no Brasil. A estratégia foi levada adiante pelo genial Alan Mulally, o homem que reformulou a Ford a partir de 2004 sob a bandeira “One world, one Ford”. Era um homem acessível que conversava com jornalistas nos corredores do salão de Detroit. 

O ônibus se aproximava do Ford World Headquarters, o prédio de 12 andares construído em 1953, localizado na mítica One American Road, nas proximidades de Detroit. Ainda é lá o comando da marca. No topo do prédio, o oval azul e branco com o nome da Ford tinha um significado especial para a imprensa especializada. Pura emoção. Muito triste esta saída da Ford.

 


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