Koz, Shurastey e Dodongo

Koz, Shurastey e Dodongo

Paranaense e seu cão morreram na colisão entre um Fusca e um Escape

Renato Rossi

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Não dá para não ficar triste, com o coração desolado, ao ver fotos felizes do aventureiro paranaense Jesse Koz e seu cão, o belo golden retriever batizado pelo seu tutor de Shurastey. Nos vídeos e fotos postados na Internet e seguidos por mais de 700 mil pessoas no mundo também aparecia o Dodongo, o Fusca 1978. 

Mas era evidente que Dodongo na eventualidade de um acidente não protegeria os seus ocupantes. O Fusca sempre foi um carro prático, mas inseguro, projetado para o trânsito facilitado dos anos 50, 60, 70. E, na viagem de Koz e Shurastey, o Dodongo seria um fator de risco devido a sua precariedade estrutural. O aventureiro em suas narrativas alegres e carinhosas não citava os temas da segurança de trânsito, tampouco os sustos de dificuldades pelo caminho. Apenas vivia livre das amarras do dia a dia.

As fotos do acidente são terríveis e mostram o Fusca totalmente destruído. As vidas não seriam preservadas na massa metálica retorcida. Koz perdeu o controle e passou à pista contrária, colidindo de frente com um Ford Escape, que teve o habitáculo preservado. O SUV ganhou cinco estrelas nos testes de impacto na Europa e nos Estados Unidos. Numa colisão a 70 km/h os ocupantes do Escape têm 92% de chance de sobreviverem. Numa batida igual, Dodongo viraria sucata. 

Mas nada deveria acontecer nas estradas do mundo, para que Koz e Shurastey voltassem vivos. No entanto, se o aventureiro tivesse optado por um veículo atual e seguro em sua empreitada de alto risco, seria uma viagem comum, sem o apelo da nostalgia. E provavelmente a audiência na mídia social despencaria. Entretanto, a morte nunca vale a pena, ainda mais quando se tem 29 anos.

 


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