Motorista distraído

Motorista distraído

Milhares morrem em acidentes com condutores que interagem com as telas

Renato Rossi

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Em maio de 2021, uma reunião virtual entre legisladores do estado de Ohio, nos Estados Unidos, carregou para a “nuvem” a incomoda imagem do senador Andrew Brenner que surgia nos 13 minutos de uma videoconferência, no cenário inseguro e imprevisível do uso de um celular no habitáculo de um veículo motorizado. O senador, com o cinto de segurança no peito, participava da animada reunião com outros legisladores. Embora utilizasse o software “mãos livres” (hands free), instalado em milhões de veículos pelo mundo, a participação em vídeo enquanto dirigia viralizou e prejudicou a imagem do parlamentar flagrado olhando para a tela do celular por 13 vezes. Quando afastava por segundos os olhos e a mente da função de dirigir em segurança. 

Nos EUA, um país que investe bilhões em segurança de trânsito, os dados sobre a participação de motoristas distraídos em acidentes são alarmantes. As estatísticas são da Administração de Segurança em Rodovias Nacionais. Em média, 10 pessoas, entre motoristas e passageiros, morrem por dia em acidentes que envolvem condutores distraídos. Em 2021, mais de 4 mil pessoas morreram em acidentes causados pelo uso indevido do celular e telas dos sistemas de infoentretenimento. Em estados de alta densidade rodoviária e veicular, como Califórnia, Texas e Flórida, um em cada quatro acidentes com vítimas tem motoristas que interagem com as telas. 

O uso do celular enquanto se dirige já e visto como crime nos Estados Unidos, na Europa e Índia. Este país populoso com florescente indústria automotiva investe bilhões de dólares no programa “Safe Roads for Safe Drivers” (estradas seguras para motoristas seguros). Que não podem falar ao celular. Se são flagrados, dá cadeia.

 


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