O apocalipse do fogo

O apocalipse do fogo

Incêndios que atingem a Europa evidenciam o caminho de tragédias climáticas

Renato Rossi

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Nesta semana a Europa foge das chamas que consomem grandes porções de seu território. E ingleses, espanhóis, franceses, portugueses, romenos, macedônios estão todos acuados pelo fogo selvagem em suas casas ou na fuga desesperada de carro pela estrada em chamas. O humano ameaçado dentro de um drama sintetizado em duas palavras: aquecimento global. Que induziu a manchete com conotação bíblica do jornal inglês The Guardian: “O apocalipse do fogo”. Os incêndios como fim dos tempos. 

Sob o fogo, o céu desaparece e leva junto a esperança. Mas não há novidade nos incêndios e também na elevação do nível dos oceanos que exterminarão a vida de milhões de seres humanos nas ilhas do Pacífico. Se a temperatura do planeta aumentar em 3 graus centígrados até 2050, a vida se inviabiliza em grandes regiões da Terra. E falta pouco para isto, menos de 1,5 grau centígrado.

As tragédias climáticas são o “novo normal”, mas suas causas não são místicas e residem na poluição que despeja bilhões de toneladas de dióxido e monóxido de carbono na atmosfera. Há vilões reconhecidos como o petróleo, que move centenas de milhões de carros. Ou o carvão que alimenta milhares de fábricas no mundo. Há ainda o somatório de erros políticos e estratégicos. 

A China sacrificou o meio ambiente no crescimento econômico, a qualquer custo. Mas a humanidade só chegará ao futuro no desenvolvimento sustentável. A partir desta semana, a Europa deve apressar o fim do motor a combustão previsto para 2035. Somente a drástica redução da poluição global pode impedir que os incêndios queimem o futuro e antecipem o apocalipse. 


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