Um longo caminho para o carro elétrico

Um longo caminho para o carro elétrico

Preço inda está longe de ser competitivo

Renato Rossi

Volkswagen ID.4 2021

publicidade

A Volkswagen acaba de lançar o SUV elétrico ID.4 no mercado europeu. E já conseguiu reduzir o preço do hatchback ID.3, do tamanho de um Golf, para “assimiláveis” 35 mil euros. Um preço que não incomoda o europeu que deseja ligar o carro na tomada. Mas um estudo recente sobre o futuro do carro elétrico coloca barreiras à difusão do segmento no mercado global. O preço, por enquanto, não é competitivo. Um elétrico, em média, custa até 10 mil euros a mais que o veículo a combustão. 

A venda é subsidiada na Europa com um bônus que chega a 7 mil euros. O governo da China também subsidia o elétrico. Mas esse tipo de carro, segundo os analistas, deve ser aceito sem subsídios. Para que isto aconteça é necessária a produção de milhões de unidades. Há a necessidade também da expansão da rede de recarga que deve ser de 3 milhões de pontos até 2025. Hoje, a Europa tem 200 mil pontos de recarga. É a maior rede do mundo. Para tal expansão deve haver cumplicidade entre o poder público e a iniciativa privada. 

A falta de confiabilidade no carro elétrico é também barreira a ser superada. Afinal, não foram suficientemente explicadas questões relacionadas à segurança. Os elétricos não passaram pelos testes de impacto, e baterias de íon lítio são explosivas. A autonomia é outro desafio. O ID.4 tem autonomia de 520 quilômetros, e os primeiros elétricos não superavam 150 quilômetros. Portanto, uma nova geração de baterias deve expandir a autonomia para mais de mil quilômetros, no máximo, até 2030. E a questão psicossocial ainda pesa. O planeta bebe petróleo há mais de 100 anos e não será fácil superar esta “adição”. Há um longo caminho à frente do carro elétrico. Mas um mundo “limpo” exige a coragem da mudança.


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895