Um novo mundo

Um novo mundo

Aquecimento global e catástrofes ambientais direcionam montadoras à inovação

Renato Rossi

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O automóvel é a ponta do iceberg. A parte visível, sólida e tridimensional das mudanças complexas que desafiam as grandes marcas com suas longas jornadas através do tempo. Mas as gigantescas estruturas de produção, como a da Volkswagen com suas mais de 100 fábricas pelo mundo, se preparam para o futuro desafiador. A Covid-19 permanece e arranjou uma “cúmplice”, a Ômicron. Com elas na ativa, as incertezas se ampliam, e novos momentos disruptivos podem atingir a cadeia produtiva da indústria automotiva já em 2022. 

Enquanto isto, a realidade dramática do aquecimento global dispara eventos destrutivos pelo mundo. De nada adianta ter carros seguros se tornados reduzem o aço de alta resistência a ferro retorcido. Nos tornados do Kentucky (EUA) muita gente morreu dentro de seus veículos. E o clima selvagem desafia as tecnologias voltadas à segurança, que exigem, por exemplo, o uso de novos materiais que um dia protegerão a família que foge pela rodovia em chamas. E a Ford já projeta carros com cobertura em material resistente ao fogo.

Por sua vez, as catástrofes ambientais apressam o processo de eletrificação. E as grandes marcas necessitam de mentes inovadoras. O jovem engenheiro croata Mate Rimac, na sua pequena indústria em Zagreb, capital da Croácia, produziu dois hipercarros elétricos com o revolucionário sistema de tração. As inovações tecnológicas chamaram atenção da Volkswagen que contratou Rimac, e hoje ele é presidente da Bugatti, que produz o Veyron, o modelo mais veloz do planeta. E neste novo mundo, a tradição é apenas o novo chip. E as montadoras entrarão no próximo ano sem olhar para trás, porque só o futuro as viabiliza.

 


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