Minha vida com o Metallica. Por Chico Izidro

Minha vida com o Metallica. Por Chico Izidro

Se tudo correr bem, em 2020 irei para meu terceiro show da banda na vida

Chico Izidro

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Se tudo correr bem, em 2020 irei para meu terceiro show do Metallica na vida. Em 1999, a banda tocou em Porto Alegre, no Jockey Club, ali no Hipódromo do Cristal. Bem, quando pensávamos que aquela seria a única vez, não é que o Metallica retornou, agora em 2010, tocando em outro espaço a céu aberto, ao lado do Aeroporto Salgado Filho e do Pepsi On Stage, chamado Parque Condor.

Na primeira vez, fui a pé até o show, já que era praticamente ao lado de casa, no bairro Cristal. Naquele ano, já havia assistido no mesmo lugar ao Kiss, que teve o Rammstein na abertura. Mas ver o Metallica, que vivia uma época de baixa com os fãs, depois de ter suavizado seu som ao lançar Load (1996) e Reload (1997), era diferente. Um dos pais do thrash metal, ainda com o maltratado Jason Newsted no baixo. A abertura do show foi do Sepultura, com atraso, começando às 21h30min (a previsão era 20h) - e com polêmicas futebolísticas. O guitarrista Andreas vestia a camiseta do Grêmio e o baterista Igor, a do Inter.

Quando o Metallica subiu ao palco, passava das 23h, e a galera já estava cansada. Mas a banda estava empolgada e não parecia aquela dos álbuns mais recentes e leves, apesar de abrir com "Fuel", do Reload. Foram duas horas de muito peso e vigor. 

Então um hiato de 11 anos e, em 2010, o Metallica voltava aos palcos gaúchos, agora com Robert Trujillo no baixo, no lugar de Newsted. E foi uma apresentação completa, com direito a telões e fogos de artifício, e um setlist que privilegiou os anos dourados, os 1980. Após a abertura com os telões exibindo cenas do faroeste “Três Homens em Conflito” (The Good, The Bad, The Ugly), de Sergio Leone, e a trilha sonora de Enio Morricone, o grupo disparou de cara "Creeping Death", do clássico e, para mim, o melhor álbum deles, "Ride the Lightning" - apesar de a grande maioria dos fãs preferirem o "Master of Puppets". Talvez minha opção pelo segundo disco da discografia seja por ter sido com ele que conheci o grupo, em 1985. E este trabalho foi privilegiado, mas também teve espaço para músicas do "Death Magnetic" (2008), "Master of Puppets" (1986) e "Black Album" (1991). 

Perto do final, o vocalista e guitarrista James Hetfield fez uma gafe - que ao escrever este texto também cometi. Eu pensava durante a semana, bah, vi o Metallica uma vez na vida, em 2010. Até que veio à mente o show de 1999. “Putz, já tinha visto o Metallica”, recordei.

Bom, Hetfield falou entre uma música e outra que o show de 2010 era o primeiro do Metallica em Porto Alegre. O outro guitarrista, Kirk Hammet, fez um "dois" com os dedos, tentando corrigir o colega. No final, o baterista e fundador da banda, Lars Ulrich, brincou: “Sou só eu que acho que nós já tocamos em Porto Alegre 11 anos atrás?”. Muitas risadas no palco e na plateia. Eu e meu amigo Darci Marcelo Vidal saímos extasiados, pensando quando teríamos a chance de voltar a ver a banda...

Texto publicado na edição do Mais Domingo de 18/08/2019.

 

Eu e meu amigo Darci no show de 2010 do Metallica no Parque Condor

Foto: Arquivo Pessoal / CP

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