Rádio Pirata
Paulo Ricardo apresenta show de 35 anos do disco icônico do RPM
publicidade
Recordo a primeira vez que escutei "Loiras Geladas", em 1985. Foi numa danceteria chamada Máfia, que ficava ali na José do Patrocínio. Achei legal, e na sequência as rádios passaram a tocar RPM e seu disco de estreia "Revoluções Por Minuto". Até que no ano seguinte veio o enfado, pois a banda gravou aquele disco ao vivo "Rádio Pirata Ao Vivo", que tocava incessantemente nas rádios, com uma versão medonha de "London, London", do Caetano Veloso. E pior, as menininas que eram fãs de Menudo e outras bobagens viraram roqueiras de primeira viagem. Aí, nós roqueiros roots, passamos a desprezar a banda. Com muito ódio.
Bem, agora passados 35 anos, já perdoei a banda. E nesta sexta-feira, dia 15, o líder da banda, Paulo Ricardo, apresenta "Rádio Pirata Ao Vivo", no Opinião, na rua José do Patrocínio, 834, a partir das 20h. O cantor e baixista e sua banda revisitam o mesmo repertório do show dos anos 1980: “É exatamente o mesmo show de 1985, com os canhões de raio laser e tudo mais. O mesmo show que está eternizado no DVD homônimo. Se você esteve lá, vai se arrepiar. Se não esteve, bem-vindo a bordo".
Sobre a canção que dá nome ao espetáculo, Paulo Ricardo comenta: 'Rádio Pirata' surgiu num momento em que havia uma proliferação de rádios ilegais em São Paulo. A metáfora era perfeita: piratas pirados, garotos que exigiam não só eleições diretas já, mas diversão e arte, o rádio e a televisão. A geração Coca-Cola queria tomar o poder. Pirataria nas ondas do rádio. A composição, o poderoso rock n’roll de três acordes, foi o veículo ideal para o grito de revolução e acabou batizando a turnê”.
No repertório, "Rádio Pirata", "Revoluções por Minuto", "Alvorada Voraz", "A Cruz e a Espada", "Naja", "Olhar 43", "Estação no Inferno", "Flores Astrais" e até a chata "London, London" (sim, segue sendo chata) e que não estava no disco de estúdio. A direção do espetáculo está a cargo do cantor Ney Matogrosso.