Fica a dúvida

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amelMel Gibson volta à direção com um filmaço de guerra, o excelente "Até o Último Homem" (Hacksaw Ridge), retratando eventos reais ocorridos na II Guerra Mundial. O filme segue, no entanto, a cartilha do ator australiano - muita violência, muito sangue, muita dor (vide o seu sanguinolento "A Paixão de Cristo").


A história narra a vida do soldado Desmond Doss (vivido pelo ex-Homem-Aranha Andrew Garfield), que se recusa a usar armas e tem como única intenção ir à guerra para salvar os companheiros feridos. Ele é chamado de Opositor Consciente, por achar que o uso de armas e matar vai contra as leis de deus.


O filme é dividido em três partes - na primeira vemos a infância e adolescência de Desmond, vivendo sob os rigores de um pai violento e alcoólatra e uma mãe paciente e protetora, e com a companhia do irmão. Na segunda parte vemos o protagonista partir para os treinamentos após ter se alistado e deixar para trás a namorada Dorothy Schutte, interpretada pela bela Teresa Palmer - esta parte do filme lembra muito o genial "Nascido Para Matar", de Stanley Kubrick, por causa dos treinamentos rigorosos, os colegas de farda, os comandantes. E é no quartel que os ideais religiosos de Desmond começam a entrar em choque com as leis do exército.


Finalmente, o longa chega à sua parte mais violenta, quando os soldados são enviados para a ilha de Okinawa, no Pacífico, para combater o exército japonês e seus fanáticos soldados. E vem daí o nome original do filme, "Hacksaw Ridge", que é a cordilheira que os norte-americanos devem escalar para vencer a resistência inimiga. Então Mel Gibson não poupa cenas de violência, de corpos despedaçados, trespassados, explodidos. Enfim, o verdadeiro inferno na Terra.


Só fica uma dúvida: é um filme pacifista ou um filme pró-guerra? Bem, devido ao caráter de seu protagonista, parece sim mais uma obra anti-armamentista.

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