Homens didáticos

Homens didáticos

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"Os Homens que não amavam as Mulheres" é a versão norte-americana do filme sueco de 2009, baseado no romance de Stieg Larsson, morto em 2004. Esse é o primeiro de uma trilogia, que tem ainda "A Rainha do Castelo do Ar" e A "Menina que Brincava com Fogo", já lançados na telona sueca.
Confesso que ainda não encontrei quem não tenha gostado dos livros, que ainda não li. Todos leitores entusiasmados pela história, que envolve estupros, assassinatos, nazismo, hackers, entre outras coisas.
A versão hollywoodiana dirigida por David Fincher, de "Seven" e " Zodiaco", é quase, quase, uma refilmagem de seu par europeu. Só que traz alterações mais palatáveis ao gosto americano. O didatismo está em primeiro lugar, já que o original faz com que o espectador tenha de refletir mais.
Os Homens que não amavam as Mulheres segue os passos do jornalista investigativo Mikael Blomqvist (Daniel Craig), que trabalhando para a revista Millenium, faz uma reportagem denunciando falcatruas sobre um magnata. Sem ter mais provas, acaba condenado. Antes que comece a cumprir a pena, é contratado pelo ricaço Henrik Vanger (o veterano Christopher Plummer, de "A Noviça Rebelde"), que deseja saber o destino de sua sobrinha Harriet, de 16 anos, desaparecida há cerca de 40 anos. Todos acreditam que ela tenha sido assassinada e o objetivo é saber como isso ocorreu. Na investigação, Blomqvist vai deparar com uma rica família cheia de podres, onde alguns membros foram nazistas dos mais fanáticos, outros que não se falam há décadas e outros eremitas.
Para ajudar no trabalho, Blomqvist recebe a ajuda da hacker Lisbeth Salander (Rooney Mara, de "A Rede Social"), uma jovem punk totalmente desajustada. A dupla vai acabar se deparando com algo que não esperava encontrar - a constatação de que um serial killer anda agindo na região.
"Os Homens que não amavam as Mulheres" em sua versão americana sofre com a comparação de seu similar sueco - claramente superior. Seja na atuação dos atores. Até que Craig não deixa a desejar perto do Blonqvist interpretado por Michael Nyqvist, o vilão de "Missão Impossível 4"  e  "Protocolo Fantasma". Mas Rooney Mara fica léguas distante da Lisbeth de Noomi Rapace, muito pela falta de empatia com Craig e até com a plateia. E David Fincher acaba por alterar muito o término da ação, que por pouco não derrapa para o meloso.
Numa coisa ambos os filmes se equivalem. O modo idiota com que o vilão acaba sendo descoberto.
E resume-se a isso: a comparação entre as duas versões. Resta-me ler os livros.

Por Chico Izidro

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