Intensamente heróico
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Para os fãs, um prato cheio. O tempo do filme dá conta de remontar a história dos dois super heróis centrais da trama, Batman e Super Homem. Dos traumas às paixões. Dos abandonos ao amadurecimento. Das debilidades à força descomunal. Ben Affleck é um Batman melancólico e meio apagado. Mas não por deficiência do ator, e sim por imposição da trama. Mas nem isso afasta a potência em cena de um Affleck que supera Henry Cavill (o Super-Homem), na tentativa de dar energia a suas personagens. Aliás, personagens compostos com uma eficácia que surpreende até na atuação infantilóide do vilão Lex Luthor, na pele do eterno criador do facebook, Jesse Eisenberg. Claro que há, na performance de Eisenberg, uma tentativa de compor um tipo que alie a espontaneidade do Luthor de Jim Carrey e dos delírios dos Coringas mais marcantes. O jovem ator ainda precisa crescer.
Teve oportunidade na trama, pois esteve ao lado de nomes famosos e atuações respeitáveis com as presenças do "Alfreed" Jeremy Irons, Holly Hunter, Laurence Fishburne, Amy Adams, Diane Lane. Contar muitos detalhes da trama que estes respeitados nomes do cinema atual vivem no filme de Snyder é tirar a magnífica sensação de deixar-se envolver por cada fala, cada movimento e cada composição de personagem.
O básico é sabido: há um confronto entre os dois super heróis. Mediado pela Mulher-Maravilha e acompanhado de perto pela paixão de Clark Kent: Lois Lane (Amy Adams). Se você for do tipo atento e deixar-se levar pela brincadeira, encontrará momentos de cinema catástrofe, referências à "Guerra dos Mundos", "King Kong", e sequências de ação, sobretudo na última meia hora de exibição, que fazem subir a adrenalina.
A vida jornalística de Clark Kent, no Planeta Diário, e o tédio milionário de Bruce Wayne travam encontro bem construído, com a intermediação do Luthor de Eisenberg, criando momento de filme espionagem. Detalhe que vale ressaltar para apontar à tentativa de complexificar a narrativa, mesmo deixando simples o resultado.
É filme de super heróis. De revisitar o passado das HQs, com a concessão das tecnologias e das narrativas convergentes da pós modernidade vivida hoje. Tem Filosofia, Sociologia e História. No meio de momentos de dramalhão romântico brega, e violência gratuita. Diversão e arte. Para quem gosta. E para os curiosos.
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