Intenso e sequencial

Intenso e sequencial

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O ator preso no personagem.  Riggan Thomson (Michael Keaton, ótimo), depois de fazer fama no cinema com o super-herói Birdman em três filmes, não aceitou fazer a quarta sequência, acabando por entrar no ostracismo. Anos depois, ele tenta mostrar ser um ator sério, ao produzir, dirigir e atuar em peça de Raymond Carver, em "Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)", dirigido por Alejandro González Iñárritu.

Com sinais de esquizofrenia, já que houve vozes, principalmente do herói que interpretava, e acreditar ter o poder de mover objetos, Thomson sofre para produzir a peça, já que primeiramente se vê trabalhando com um ator medíocre, que por milagre consegue substituir. Só que o substituto é o egocêntrico e desagregador Mike Shiner (Edward Norton, excelente). Ele ainda tem de lidar com a filha rebelde e carente, Sam (Emma Stone) e a namorada, que reclama de sua apatia, Laura (Andrea Riseborough) e o assistente nervoso, Brandon (Zach Galifianakis).

Iñárritu utiliza técnica que se assemelha a um plano-sequência, como se não houvesse cortes na filmagem. A câmera segue os atores pelos corredores do teatro na Broadway, propiciando closes em seus rostos marcados. A trilha sonora também é um achado, apenas o som de uma bateria, que vai num crescendo em cenas mais tensas.

"Birdman ou (A Inesperada Virtude da Ignorância)", de certo modo, tem um grau intenso de ironia ao ser protagonizado por Michael Keaton, que viveu os "Batmans" dirigidos por Tim Burton em 1989 e 1992, e se recusando a fazer uma terceira parte, sendo que eclipsado das telas, e tendo dificuldades para mostrar que era um bom ator.

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