Luta contra injustiças

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O filme “Expresso do Amanhã”, dirigido pelo coreano Bong Joon Ho, é baseado em uma história em quadrinhos francesa "Perfura Neve" ("Transperceneige"). Narra uma história de sobreviventes do planeta após radicais mudanças climáticas que geraram o congelamento de tudo, até dos oceanos. Um trem chamado "Expresso do Amanhã", criado por um cientista e industrial, se mostra a única salvação neste ambiente pós-apocalíptico, em um período que já dura 17 anos na trama. O veículo é autossustentável e foi projetado para quebrar blocos de gelo se necessário, circulando sem paradas. O problema é que os vagões foram divididos em classes sociais, sendo os moradores da frente tratados com luxo (incluindo o criador do trem) e os de trás ficam na fome e na miséria.

Um líder dentre os pobres, vivido pelo ator Chris Evans ("Capitão América") se rebela com a situação e inicia uma revolução:  querem tomar os vagões da frente, aconselhado pelo ancião Gilliam (John Hurt). É digna de nota a atuação da sempre impecável Tilda Swinton (que aparece com uma prótese dentária), como uma porta-voz do governo reinante naquele espaço.

A história de oprimidos que se rebelam contra seus exploradores não é nova e circula no cinema desde obras como "Spartacus", de Stanley Kubrick (1960), protagonizado por Kirk Douglas. A novidade de "Expresso do Amanhã" reside na metáfora do trem como um reflexo das relações da humanidade em geral, mesmo fora daquele espaço reduzido. São atualizadas, claro, a tecnologia de armas e cenário. Um pano de fundo com a questão ambiental revela algumas reflexões filosóficas sobre como o homem pode tratar um igual de forma tão desigual. Apesar de ser previsível, o final carrega certa surpresa para filmes do gênero.

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