Mais alma para Tintim

Mais alma para Tintim

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O garoto aventureiro e jornalista belga "Tintim", criação de Hergé (Geórge Remi - as iniciais investidas deram o apelido ao desenhista), é um dos principais quadrinhos europeus, ao lado de Asterix e Obelix. Só que sempre sofreu com a pecha de colonialista e anti-comunista e até mesmo racista. Isso não interferiu para que Tintim se transforma-se em ídolo de milhões de jovens. E até mesmo do judeu Steven Spielberg, que lança agora as "Aventuras de Tintim - O Mistério de Licorne". Este filme é o primeiro de uma trilogia. Os próximos dois serão dirigidos por .
Filmado em 3D, que convenhamos, mostra-se desnecessário, e animação motion capture (que grava o movimento dos atores para depois transformá-los em desenhos), "As Aventuras de Tintim - O Mistério de Licorne" une numa mesma história três livros do herói - O Segredo de Licorne, O Tesouro de Rackham, o Terrível e O Caranguejo da Pinça de Ouro, para apresentar como o jornalista (vivido por Jaime Bell, o garoto bailarino de Billy Eliott), que nunca é visto escrevendo uma matéria, conheceu o alcoólatra e seu melhor amigo, o capitão Haddock (Andy Serkis, que já serviu como modelo para a digitalização em "O Senhor dos Anéis", "King Kong" e "O Planeta dos Macacos, a Origem"). Os dois, mais o esperto cachorro Milu, vão em busca de um tesouro, que também é procurado pelo vilão Rackham (Daniel Craig). A trama, com direito a muito mistério, tiroteios, perseguições, mas sem esquecer o humor, começa em Bruxelas e vai parar no Marrocos. A perfeição da animação encanta, porém As Aventuras de Tintim - O Mistério de Licorne, acaba tornando-se cansativo, pois em determinado momento é um tal de corre-corre, com as investigações dedutivas do garoto sendo deixadas de lado, para virar um típico filme de ação hollywodiano.
O filme traz ainda muito de Indiana Jones, e não é de se estranhar que quando o famoso arqueologista surgiu em 1981, Hergé acreditou que Spielberg tivesse lhe copiado a ideia. Só que o americano nem sabia da existência de Tintim, e quando o conheceu, apaixonou-se perdidamente, tanto que sonhava desde então em produzir um filme com Tintim. Isso só acabou sendo possível agora. Mas tanto tempo de encubação não foram suficientes para se fazer um filme com alma.
Por Chico Izidro

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