Mais parece sussurro
Reboot de clássico japonês, 'O Grito' deixa a desejar, talvez pela pouca intensidade do seu jovem diretor
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Com direção do jovem Nicolas Pesce, de 30 anos, e 16 anos depois do lançamento da primeira refilmagem americana de “Ju-on”, a nova versão de “O Grito” chegou as telas com promessa de impressionar. Talvez a expectativa é que tenha sido motivo maior para a decepção. Espécie de “reimaginação” do clássico do terror japonês, "O Grito" surge na tela com cenas que podem ser sim assustadoras e seguindo a linha do original. É o que se pode chamar de reboot: uma nova versão de uma obra de ficção, sem seguir, como o remake e a prequela, totalmente baseados na obra original.
No elenco desta produção de Pesce estão Andrea Riseborough, Demian Bichir e John Cho, em um roteiro que dá muitas voltas para contar o que acontece em uma casa, onde uma maldição nasce após uma pessoa morrer em um momento de terrível terror e tristeza. Acaba promovendo uma sensação de estar perdido no labirinto de informações e idas e vindas na temporalidade dos fatos.
A trama, que já se mostrou forte no original e nas refilmagens, poderia ter sido ainda melhor aproveitada. Fica o cerne da estória: voraz, a entidade maligna que ganha força e forma desde o início da trama, não perdoa ninguém, fazendo vítima atrás de vítima e passando a maldição adiante. Há momentos que podem produzir sustos, com o surgimento das entidades. Em outras situações, trata-se de uma investigação policial, na qual alguns investigadores se tornam, aparentemente, perturbados e obcecados pelos acontecimentos na casa.Quem deve gostar são fãs interessados em tomar alguns sustos. Que até podem acontecer.