Muito para explicar

Muito para explicar

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A trilogia Bourne, com Matt Damon vivendo o espião  desmemoriado foi sensacional. Agora a cinesérie volta com um novo  protagoniosta, Jeremy Renner, de "Guerra ao Terror" e o sucessor de Tom  Cruise em outra série cinematográfica, "Missão Impossível".
Renner é  Aaron Cross, espião que está sendo testado em uma experiência da CIA em  "O Legado Bourne", de Tony Gilroy, a mesma que aparentemente envolveu Jason  Bourne. Fragmentos do passado de Cross surge, enquanto ele tenta descobrir o  que se passa com ele e porque estão tentando matá-lo. E em sua fuga, Cross  conta com a ajuda da cientista Marta (Rachel Weisz, de O Jardineiro  Fiel).

Mas não espere muita compreensão e coerência da trama - que  começa confusa, mostrando idas e vindas no tempo, muito papo furado e  planos mirabolantes, dando um nó no espectador. Passado o estupor inicial,  "O Legado Bourne" torna-se delicioso, mas nada original. Cross pega Marta  pela mão e os dois saem fugindo por aí, matando todos que tentem  eliminá-los.

As cenas de ação, muito bem filmadas e coreografadas,  sucedem-se vertiginosamente. Uma delas ocorre pelos telhados de uma cidade  asiática, onde Cross escala os prédios fugindo da polícia e de um  assassino (remetendo exatamente ao terceiro filme, O Ultimato Bourne). Em  outro espetacular momento, Cross e Marta participam de uma perseguição de  moto, com as inevitáveis e assustadoras trombadas e derrapadas.
Jeremy  Renner mostra-se talhado para pegar a coroa de Matt Damon e Cruise em filmes  de ação. E tem um visual mais bruto, semelhante ao do inglês Daniel  Craig, o atual 007 e por coincidência marido da bela Rachel Weisz. E apesar  da química com ela em "O Legado Bourne", nada rola entre eles - aparentemente. E Edward Norton, como um agente da CIA, e também outro  novato da série, é subaproveitado, passando o tempo todo em escritórios  tramando algo.

"O Legado Bourne" é um ótimo filme de ação, pena  que o diretor Tony Gilroy, querendo explicar muita coisa, acaba por explicar  quase nada. Entenderam? Não tire os olhos da telona.

Por Chico Izidro

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