O Fortão Contra a Bruxa

O Fortão Contra a Bruxa

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213277O imaginário da civilização ocidental cresceu ouvindo e vendo histórias de bruxas malvadas e heróis que se dispõem a enfrentá-las. Por isso, uma narrativa com essa sinopse, como o filme "O Último Caçador de Bruxas", é preciso admitir, aguça a curiosidade. Aliada ao carisma do astro de filmes de ação Vin Diesel, torna o título dirigido por Breck Eisner digno de atenção. Talvez essa dobradinha seja o motivo do seu sucesso nas bilheterias no seu final de semana de estreia no Brasil. Porque, ao conferir o filme, se percebe que deixa a desejar.

Vin Diesel interepreta o caçador de bruxas Kaulder, que há 800 anos matou uma "feiticeira rainha", que tinha causado a peste negra em seu tempo. Ela, por sua vez, o amaldiçoou com a imortalidade antes de dar o último suspiro. Por isso, ele vive até os dias de hoje solitário e correndo atrás de bruxas, agora encarnadas sob novos disfarces, como a dona de um bar e especialista em alquimia Chloe (Rose Leslie, a ruiva selvagem do seriado "Game of Thrones"). Kaulder trabalha com um grupo religioso secreto, liderado por um padre (Michael Caine, que já teve dias melhores).

As cenas iniciais do filme lembram sequências de "O Hobbit", com muita neve, montanhas e cavernas. Casualmente, lá pelas tantas, aparece Elijah Wood como um sacerdote novato que também pretende auxiliar Kauldner na sua missão. Quando se descobre que a velha feiticeira ainda tem seguidores que desejam "ressuscitá-la" e, com seu retorno, antigas pragas podem se tornar iminentes, o guerreiro entra em ação. Sua investigação o levará a obter a resposta para um segredo, que pode ter ligação com seu próprio passado.

Um dos problemas do filme é justamente um roteiro fraco.  Os combates que deveriam se dar em um plano espiritual, com a luta do bem contra o mal, caem no ridículo quando Diesel dispara contra figuras como uma aranha gigante que vive nos subterrâneos da Manhatthan ou cai na luta corporal contra uma feiticeira com cara de possessa. Machados, espadas e fogo entram em cena, deixando de lado bíblias, crucifixos ou outros elementos que poderiam criar um paralelismo para uma luta espiritual, que aqui parece ser o caso. O resultado final é que Vin Diesel pode acabar com poderes das trevas com sua cara de mau. É pouco para sustentar um filme.

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