Porto Alegre registra aumento de ciclistas mulheres

Porto Alegre registra aumento de ciclistas mulheres

Após campanha em março, número de cadastros ciclistas cresceu 56% no BikePoa

Lou Cardoso

BikePoa tem incentivado mulheres a pedalar, conforme a Tembici

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A bicicleta se tornou um um meio de transporte cada vez mais presente em Porto Alegre por suas diversas motivações. Seja pela alternativa mais barata de locomoção ou pelo meio ambiente ou até mesmo pelo lazer, a bike já se tornou um objeto acessível a todos. Especialmente graças a serviços de aplicativos oferecidos como, por exemplo, o já conhecido BikePoa. Apenas em março, o sistema registrou um aumento de 56% no número de cadastros em comparação com sextas-feiras comuns da cidade. 

O número teve esta elevação em boa parte graças à campanha Pedala Garota, que oferecia três dias gratuitos em alusão ao Dia Internacional da Mulher. Hoje, o índice de mulheres cadastradas no aplicativo é de 37% – era 35% em dezembro passado. 

Segundo a TemBici, empresa que administra o BikePoa, a Capital é a cidade brasileira em que tem registrado o maior público feminino pedalando. Desde que começou a operação em 2012, o número sempre foi alto. E também as gaúchas também pedalam por mais tempo, entre 5 a 20 minutos, em média. 

De acordo com a Ciclocidade, instituto que estuda o uso de bicicletas, avalia que no Brasil apenas 7% de todos os ciclistas com bike própria sejam mulheres

Não podendo ter a sua própria bicicleta, devido a falta de espaço em casa, a bióloga Carolina Luft, 29 anos, enxerga no BikePoa a facilidade de poder mover-se tranquilamente pela cidade. “Eu uso desde que surgiu. Tem uma estação na frente da minha casa, é fácil de usar, permite usar por bastante tempo e é barato”, relatou. 

Para ela, o lazer e a saúde também foram fatores que contribuíram para que a bike seja opção, além da mobilidade. “Me incentiva a praticar exercício físico. Eu sempre vou para Orla, onde geralmente corro e ando de bicicleta", disse.

Já a aposentada Iolanda Fernandes dos Santos, de 64 anos, tem um relacionamento mais antigo com as bikes, que vem desde quando ela morava em Viamão, nos anos 1990. Moradora da Capital desde 2012, ela relembrou que preferiu deixar a sua própria bicicleta no Litoral e começou a utilizar o serviço do BikePoa para realizar seus trajetos pela cidade. “Eu pego para passear, para ir ao shopping ou no Gasômetro. É uma satisfação muito grande, me faz bem e me sinto diferente”, declarou. 

Iolanda destaca a sensação de liberdade que é andar sobre duas rodas. “Para minha saúde é tudo de bom. Eu coloco a minha musiquinha e vou pedalando. É uma sensação gostosa, você na tua 'bici' e ir para onde quiser”, afirmou. “Todo mundo deveria usufruir.” A aposentada ainda exaltou a possibilidade de fazer novos amigos: “A gente que anda de bici é como uma família. São solidários e sempre que tu precisar, eles correm. Uma vez deu um problema no meu pedal e três ciclistas pararam para me auxiliar. Eu achei fantástico”, concluiu. 


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