Lulu Santos: “Com o tempo constatei que havia solidez e constância em minha trajetória”

Lulu Santos: “Com o tempo constatei que havia solidez e constância em minha trajetória”

Músico carioca, autor de dezenas de grandes hits da música brasileira, se apresenta nesta sexta e sábado, 21h, no Araújo Vianna

Luiz Gonzaga Lopes

Lulu Santos apresenta nesta sexta e sábado, no Araújo Vianna, o seu show "Alô Base!"

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Em comemoração aos 41 anos de sucesso e para traçar linhas que conectem os pontos de sua trajetória musical, Lulu Santos está em Porto Alegre neste final de semana para apresentar seu show “Alô Base!”, nesta sexta-feira, 27, e neste sábado, 28, às 21h no Auditório Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, 685). Informações sobre ingressos podem ser obtidas no www.opusentretenimento.com.

Nestas apresentações, Luiz Maurício Pragana dos Santos, de 69 anos, revisita os seus 25 registros fonográficos de estúdio em carreira solo e traz no setlist músicas que marcaram época nas últimas quatro décadas do país, desde o lançamento do primeiro disco “Tempos Modernos” (1982), como “Toda Forma de Amor”,  "O Último Romântico" , “Tempos Modernos”, “Um Certo Alguém”, “Como uma Onda”, “De Repente, Califórnia”  e canções mais recentes como “Hit”, primeira canção e clipe da nova série concebida durante a pandemia, de junho de 2021, como também foi o caso de um álbum de revisitações e participações em registros das bandas Melim e da gaúcha Fresno.

Como Lulu mesmo define serão quatro décadas em 100 minutos. No palco, Lulu (vocal e guitarra) estará acompanhado por Hiroshi Mizutani (teclado), Jorge Ailton (baixo), Robson Sá (vocal) e Sergio Melo (bateria) e Tavinho Menezes (guitarra). O Correio do Povo preparou um par de perguntas para Lulu sobre este show e este momento da carreira, com alguma digressão sobre estas quatro décadas.

Correio do Povo - Você é alçado ao posto de maior hitmaker do país. Onde começou esta alquimia de fazer uma canção e ela estourar e de você sentir que a sua música ia ganhar o público pelo país afora?

Lulu Santos - Isto é relativo e algo falacioso. Existem muitos outros compositores pelo menos igualmente bem-sucedidos. Quando fiz “Tempos Modernos, eu não tinha a menor certeza de que o tempo dela faria o hino que hoje ela é. Era simplesmente aquilo que eu queria dizer naquele ponto da vida. Dificilmente penso em mim mesmo ou na carreira nestes termos de ser um sucesso. Com o passar do tempo e os êxitos alcançados, eu constatei que havia solidez e constância em minha trajetória, que ainda assim acabou me proporcionando seus altos, médios e baixos, como muitos outros músicos.

Correio do Povo - Em que ponto as referências dos seus maiores influenciadores, Beatles, Roberto e Erasmo e outros do rock, pop, e dos teus parceiros como Liminha e Memê, moldaram a tua trajetória?

Lulu Santos - Como todo artista, eu sou fruto e cria da minha formação. Acabei tendo a sorte de ter uma formação bastante sólida, tanto musical quanto intelectual. Certamente a aceitação do público teve um papel central nesta construção da minha carreira.

Correio do Povo - Da banda Cave Man da adolescência até este show “Alô Base”, o que da tua trajetória tu poderias recordar de marcante em tua trajetória?

Lulu Santos - Não sou dado a reminiscências e tampouco a saudosismos, o presente é sempre mais intenso e interessante. Afinal, como diz a letra da canção, eu vejo a vida melhor no futuro.

Correio do Povo – Como é a tua relação com as coisas do espírito e dos astros?

Lulu Santos – Na mesma medida em que eu aprecio a astronomia, eu tenho zero apreço por astrologia. Acho que uma anula a outra. Sou mais filosófico do q exatamente espiritual. Acredito no pensamento, nas palavras e nas ações, pelas quais todos seremos eventualmente julgados um dia.

Correio do Povo – A pergunta final é bairrista, não temos como fugir dela. Como é a relação de Lulu com os gaúchos: público, amigos, gente da música, trocas, parcerias?

Lulu Santos - Minha mais recente incursão gaúcha foi com a querida banda Fresno, do amigo Lucas Silveira com quem gravei a canção “Já Faz Tanto Tempo’, em seu mais recente álbum, e logo depois na retumbante apresentação no Lollapalooza, em São Paulo, há uns dois meses. De resto, gosto muito do assado, de mate, como muito Rei Alberto e também recebo sempre o aconchego do carinho do povo na rua. Me sinto muito amado pelos gaúchos e correspondo à altura.


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