Andar em paz
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Por vezes, o fato demora anos para ser apagado da memória. Transforma-se em cicatriz, pesadelo, sombra que perturba. Como se não bastasse a dor do acontecimento em si, temos de enfrentar a culpa latente por andar em tal via, em determinado instante. Peraí! Não somos nós que erramos. Não podemos trancafiar nossa sede de viver.
Temos o direito de circular livremente nos espaços públicos, em paz. O problema é complexo e sistêmico, enraizado numa sociedade desigual. Vencer o crime requer um exame clínico. Enquanto não diagnosticadas e evitadas as causas, os vultos continuarão a nos perseguir.
(Texto e fotos: Alina Souza)