Arte no percurso

Arte no percurso

Alina Souza

Kelvin Koubik é um dos quatro artistas convidados para pintar os murais no Centro Histórico de Porto Alegre.

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No caminho para o trabalho eu percebo o que, de fato, me acorda. Notei traços em uma parede gigante na Av. Siqueira Campos, na capital. Imaginei que pudessem ser os rabiscos iniciais de uma obra-de-arte. Acertei. Na manhã seguinte, o olhar de uma garça em meio a uma profusão de cores acompanhou minha corrida para bater o ponto no jornal. Fiquei com a imagem na cabeça e pensei que nem tudo se resume a concreto, há espaços de respiro. E, se for concreto, por que não revesti-lo? Quem disse que o limite é um muro insosso e impositivo? Ora, nele podemos jogar nossas tintas! Fui atrás e descobri que a pintura é de autoria de Kelvin Koubik e faz parte de um projeto maior, com outros artistas, o Festival Arte Salva, que visa propiciar uma galeria de arte a céu aberto no Centro Histórico. Se um mural já me encheu de energia, imaginem outros três, em pontos tão familiares ao nosso cotidiano? Não citarei endereços, descubram a partir da observação. Deixem-se despertar. Estamos com pressa, eu sei. Mas podemos valorizar os minutos que se infiltram na rigidez e aquarelam a visão de vida. Não longe, complexa, idealizada. Mas sim diluída, criativa, nítida. Na próxima esquina.


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