Artesanato

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Alina Souza

Rosemari Naurorks, de Rio Pardo, na VI ArteSul, no Largo Glênio Peres, Porto Alegre.

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Tudo que é delicado tem um valor ímpar, feito por mãos que se sobrepõem às máquinas (a estas pedem auxílio, mas não se deixam dominar pela uniformização do automatismo). A autoria e o capricho falam mais alto que a produção em larga escala. A paciência expande o tempo, dilata a reflexão, afasta os deslizes da pressa. O carinho guardado na profundidade procura vias nas quais consiga transbordar e, entre tecidos e linhas, torna-se tangível, à espera de quem saiba identificá-lo, reconhecê-lo. Rosemari Naurorks, 62 anos, traz à tona os singelos sentimentos através deste ofício metódico e artístico. Moradora de Rio Pardo, ela veio expor seus trabalhos no Largo Glênio Peres, junto a dezenas de artesãos que resgatam a ternura em meio ao caos urbano e promovem uma costura com a festividade natalina. Lembram que, na alçada dos presentes, mais vale considerar o quanto a nossa presença e toda a força do afeto estão tingidos, bordados, enlaçados à consistência de um objeto.


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