Biblioteca Pública do Estado

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Todas as vezes que passo pela rua Riachuelo, volto os olhos durante longos segundos para um hall de entrada misterioso. Mágico. Meneio a cabeça instintivamente a fim de perscrutar aquela fresta para a dimensão de outro século. Uma estátua com lâmpadas em suas mãos me espreita. Interpela. Convida. Nesta semana, decidi entrar. Escapar para a morada de livros, memórias e algo que se sente no ar, em meio às colunas clássicas, às pinturas, esculturas, janelões com vidros verdes que suavizam a luz. Os computadores e celulares não conseguem se sobrepor à força da História ali inscrita. Imperceptíveis são as placas de internet wifi. Fui transportada para o ano de 1922, data da inauguração do prédio. Se duvidarem, podem perguntar para os intelectuais de diversos períodos e movimentos presentes neste local. Luiz de Camões, William Shakespeare. A lista é grande. Seja em forma de busto ou através dos escritos. Resistem aos ácaros e às armadilhas do esquecimento. Envolvidos em descobertas, os demais leitores e pesquisadores sequer ouviram o obturador da minha câmera. Refúgio chamado Bibliotheca Pública do Estado. Sim, com a grafia antiga porque uma parte de mim ainda ficou mergulhada na torrente do tempo.

Texto e fotos: Alina Souza

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